Longe vão os tempos do pensamento europeu da reintegração e da compreensão dos seus cidadãos. A globalização e o pretexto económico condicionam agora os valores da solidariedade e da fraternidade a simples relevos de pedra nos edifícios institucionais do velho continente. Os europeus vêm-se menos genuínos num recolher obrigatório das suas diferenças e pensares ideológicos.
O que interessa são os números globais e não os pequenos números. A performance macroeconómica e as fachadas de postal das cidades europeias são a verdadeira propaganda para justificar a delapidação dos bens públicos e a mercantilização dos serviços do Estado. Culpam-se os erros do passado: a imigração em demasia e o monstro da Segurança Social, pesado como siamês morto, emagrecido por uma Europa envelhecida. E agora: “expulsem-se os imigrantes”, dizem os demais favorecidos, que só querem o sossego das ruas onde passeiam carros e carrinhos de compras, quando os de fora podem ser o sangue novo que a Europa desamparada precisa e que garantiria a sustentabilidade dos seus (bons) ideais.
O Estado francês é bem o exemplo do que se do que se estão a tornar todos os outros: um estado nu de serviços, mas sobretudo, o garante de repressão social, com menos assistentes sociais e mais polícias, aos novos-escravos, os mesmos que lhes servem as elites e empresas e que lhes garantem casas e ruas limpas.
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