terça-feira, 27 de dezembro de 2005

2oo5

Não é que tenha a necessidade de fazer isto mas de momento foi o me surgiu neste definhar de ano... Sim, porque 2005 foi sobretudo isso, um ano moribundo cheio de desgraça. Não que tenha de me queixar muito pois, praticamente, não me calhou grande infortúnio, mas a quantidade de acontecimentos pela negativa que aconteceram (eis o pleonasmo!), merecem uma reflexão, para bem da Humanidade!!

Ainda tocavam os sinos de Natal de 2004 quando uma parede de água salgada se abateu sobre diversos países asiáticos e africanos. No meio da confusão, centenas de milhares de mortos, registados ou não, em papel burocrata ou nas próprias câmaras de vídeo e fotográficas de tanto turista europeu e do resto do mundo, e claro, uma pausa de luto no turismo sexual. Houve quem lhe chamasse "Castigo Divino", eu chamar-lhe-ia Maremoto... Por Janeiro adentro continuou a exploração da pestilência dos corpos putrefactos nos mangues e nas praias ou a boiar em Mar Alto. No meio da consternação mundial, tantas promessas quantos os mortos, e um ano depois, só o cessar-fogo em Aceh abafa a miséria que permanece.

Entretanto meteu-se Março e com ele Sócrates, qual profeta da modernidade e da nano tecnologia, a esmagar que nem percevejo, um primeiro-ministro de olheiras, com uma maioria absoluta socialista (?). Feita a festa cor-de-rosa com champanhe e caldo verde, veio a azia das contas públicas… Enfim! Mais do mesmo, mas com mais pontualidade. De qualquer maneira só espero que a coragem do PM não se esgote com o aparelho e realmente se mantenha, por mais anos, um Governo estável para as vacas magras.

No desporto: O Benfica sagrou-se campeão uns 10 anos depois e ainda bem para mim… De qualquer maneira foi agradável ver reconhecida a quantidade de benfiquistas que por aí andam. Muitos, que são capazes de encher ruas do Porto a Lisboa e fazer azedar de cotovelo dorido muito anti-benfiquista de mau gosto.

Outro dos grandes males foi o estourar constante de bombas do Iraque a Londres, numa loucura de vísceras espalhadas pela onda de choque… O Mundo, Ocidental sobretudo, vê-se cada vez mais enclausurado na sua riqueza com tanto veneno pelas ruas espalhado, num rio de nitroglicerina prestes a arrebentar e a diminuir a liberdade. Essa, a tal grande conquista europeia, esgota-se, e tudo porque a redistribuição do dinheiro seria a melhor das armas maciças, mas a menos espectacular de todas. Entretanto caem os famintos na conversa de prometedores de virgens e fartura numa outra vida, menos miserável que esta. E pensando bem, qualquer uma serviria, até o vazio escuro da morte.

Pior mesmo foi a outra bomba da Natureza, o Furacão Katrina, varrer os estados do Sul da América, despindo a Nação mais poderosa do mundo, do seu manto imperialista, numa vergonha de miséria e confusão que surpreendeu o mundo pobre. Este ironizou oferecendo ajuda a um Golias em muletas. O Planeta deu a resposta sarcástica ao mundo dos Homens e o mais poderoso deles encolheu-se no seu próprio ridículo.

E muito mais poderia ser dito e escrito (ou escrevido… em bom português). Desde as mortes de Cunhal e Eugénio de Andrade, do centenário Emídio Guerreiro, de um espírito tão grande quanto o século XX. Do Papa João Paulo II e a Irmã Lúcia ao Príncipe Reinier do Monáco… Mas guardo a reflexão para um futuro post, e porque não acompanhado de boas expectativas para 2006?


*Boas Entradas*

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