quarta-feira, 12 de julho de 2006

Jangada de Brasas

Finda-se o Mundial e nesta península, dividida em 2 metades e vários quintos de terras e línguas, logo se descobre que fazer e em que pensar. Recolhem-se as bandeiras, e na ressaca de uma desilusão, não é preciso o Verão dar ar de si que não há termómetro nem floresta que aguente, o fogo que se acumula nas vísceras deste povo, parte carne desta jangada em brasa.
Ainda nestes dias, levantaram-se as labaredas em Famalicão da Serra e levaram 6 bombeiras numa repentina guinada louca.
E se as tragédias se seguem à hipnose de jogos de futebol, nem Espanha escapa do drama de ver comboios descarrilados e contar dezenas de mortos enquanto chega de avião o enviado de Roma, de olha castrador a enviar penitências a cada malabarismo de mão. Está quase por lá o homem no dia da catástrofe, numa coincidência que lhe permite benzer o lugar da infâmia. Entretanto zanga-se com o Ateísmo de Espanha, mas esconde-o em homilias disfarçadas de implícito.

Por cá, ensaiam-se novas vontades e orgulhos, fala-se menos de selecção e mais de impostos , de economia e da isenção. (Não queriam mais nada...) Enterram-se os bombeiros mortos e inventam-se desculpas. A desculpa de uma floresta desfigurada, pintada do mesmo, de um verde australiano com largas mancha cinza e pretas. Manchas essas que ameaçam alargar durante os meses que se aproximam, a testar a paciência com um calor dos diabos que intriga quem julga este pedaço de terra, para cá dos Pirinéus, o mais protegido pela Providência. Não fosse estar por cá o representante de Deus na Terra… Ou de quem quer que seja...

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