segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

O Momentâneo Pasquim Paroquial e 2 Igrejas

Ontem, o Pároco de Arco de Baúlhe investiu na edição de um "Boletim Interparoquial - Especial" tornado pasquim e manifesto eleitoral pelo Não. Nele não faltou o mexerico na consciência e as fotos de embriões às 10 semanas(?). "Vote Não" e a "vida é um dom de Deus". Enfim! O que fiquei a entender, porque de soluções não vi nada, é que o Pároco de Arco de Baúlhe prefere ignorar o problema em questão assobiando moralidades para o lado, que defende que a ignorância e a vitimização continue, nessa bela ilustração católica do sacrifício e da delapidação mártir. Viva a vida! Em sofrimento e na ingenuidade!
Que fique claro, contra o Aborto, também sou eu, senhor padre. Agora o que eu não entendo é a falta de solidariedade que se continua a pregar nos púlpitos e nos boletins de paróquia, que deveriam dizer respeito à interpretação da liturgia desse Domingo e de questões paroquianas em si, e não na posição do Sr. Padre.
Porque, para mim, Cristãs entendo antes as seguintes posições:

"Creio que é compatível o voto na despenalização e o ser - por pensamentos, palavras e obra - pela cultura da vida em todas as circunstâncias e contra o aborto. O "SIM" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dentro das dez semanas, é contra o sofrimento das mulheres redobrado com a sua criminalização. Não pode ser confundido com a apologia da cultura da morte, embora haja sempre doidos e doidas para tudo." Frei Bento Domingues, Público.
E que por muito próximas que estejam da minha, não entendo que também estas deveriam constar de boletins paroquiais, nem a do sr. Padre portanto! É que também não me parece que a Paróquia de Arco de Baúlhe esteja inscrita na Comissão Nacional de Eleições...
(citações via Arrastão)

7 comentários:

Pedro Morgado disse...

Pois é meu caro.
O Arco não é mais nem menos que Braga. Por cá também se fazem essas judiarias, perdão, catoliquices...

Paulo Vieira disse...

Manifestar uma opinião é sem duvida um direito de todos nós, quanto a isso como dizes a opinião penso que é unânime. Porém se o pároco da minha freguesia (que confesso ainda não conheço) escreve num "Boletim Interparoquial - Especial" (seja lá o que isso for...) claramente "Vote Não" a menos que tenha um movimento inscrito na CNE para participar neste referendo , isso deixa de ser uma opinião e passa a ser um apelo ao voto.
Acrescento somente que não fico surpreendido com esta posição da igreja (ou pelo menos de parte dela)uma vez que esta igreja é a mesma igreja que é contra o uso do preservativo. Para mim a questão do uso do preservativo muito para alem da questão da contracepção é também uma questão de saúde pública. Assim como a questão do aborto também é para mim para além da questão penal uma questão de saúde pública.

Vítor Pimenta disse...

Gostaria também de saber qual seria a reacção do senhor padre se alguém distribuísse panfletos apelando ao sim, no fim da Missa, à porta da Capela/Igreja. E com estas citações de membros da Igreja Católica, que realmente parecem doutra Igreja",e perdoem-me a blasfémia, bem mais próxima e ciente dos reais problemas da condição humana.

Pedro Morgado disse...

Caro Luís,

Ficámos esclarecidos. Pelo teu comentário percebemos (ainda melhor) que achas que a missa é como um comício.

Pedro Morgado disse...

Caro Luís,
Estou esclarecido.
"Significa apenas que A (MISSA) tem alguma similitude, num ou noutro aspecto, com B (COMÍCIO)."

Um abraço.

Anónimo disse...

O jovem é de CBC. Pois é, também já fui daí, mas tive que sair, tal como colegas meus, porque certos ideiais são um problema GRAVE em CBC.

Pedro Morgado disse...

Caro Luís,

Não é, concerteza, por distração que continuas a ignorar o facto de vários padres terem transformado as missas em comícios em favor do Não no Referendo. Até uma criança vê isso...
Como a consciências não se referenda: deixemos a "Deus o que é de Deus e a César o que é de César."

Que a Igreja continue a dizer aos cristãos o que devem e o que não devem fazer. Que a Igreja deixe os cidadãos decidir o futuro do seu país.