domingo, 14 de janeiro de 2007

"Olha-se para baixo e não se vê nada que não seja uma curva de banha...

... Devo estar mesmo no início." Na agitação da pressa, e no desinteresse total de quem se encheu ignorantemente de um suco leitoso, há que desmanchar todo um erro. Não sabia certamente no que se metia, no que lhe metiam. Se lhe fizeram os ouvidos moucos toda uma vida antes, enquanto se lhe desenhavam os contornos das mamas e se rompiam as linhas rectas de uma infância, com as curvas impelidas por hormonas. Tão pouco se falava das coisas. O próprio Estado, na figura da escola, se fez por lhe ignorar as perguntas. Cospia-se para o lado e ria-se em tons de um vermelho embaraçado. Um sinal da Cruz, e era uma rapariga feita.
Há 2 meses que não lhe vinha período. “Grávida”, acusava-se com a engenhoca comprada na farmácia. Preservativos antes, nem vê-los! Agora é toda uma lista de anticonceptivos. Muitos, mas demasiado tarde. Na Missa desse dia, padres por todo lado apregoam condutas que nem eles respeitam. Em generalidade vos digo, mas falam do que não sabem porque também não querem. Seria quase como se exibissem a genitália em público. Entre cegonhas e pombas de Espírito Santo, tudo vale pela concepção, desde que não meta o vaivém maculado do processo.

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