domingo, 4 de fevereiro de 2007

Lamber cinzeiros

Numa quase ausência de luz agitam-se como doidos. E eu, tento enxergar para lá da parede de fumo e de inconsciência- não que não a tenha- mas endoidece, porque podiam largar aquele apêndice de ponta incandescente. Elas, tão pouco se apercebem do quanto incomoda o cheiro a alcatrão e milhentas toxinas, que lhes pintam de amarelo o indicador e o médio. O quanto se disfiguram de radicais livres. Deles não me admiro por cá: descem as escadas a cheirar a desporto e a esforço, disformes pela tensão da musculatura, pensam no Verão durante o Inverno, quando descartarem as roupas. Mas pior do que não sair do armário, é tornar-se num. São muralhas a cercarem-se uns aos outros naquele bater nauseante da música elevada aos limites dos decibeis. A minha roupa: apetece-me deitá-la ao lixo.

1 comentário:

Francisco Rodrigues disse...

Até que ponto uma lei anti-tabaco seria viável em Portugal? Talvez se tenha que pensar nisto.