quarta-feira, 11 de julho de 2007

Escravos de Carros


Aproveitando a foto roubada a este post sobre a Circular Urbana de Guimarães, repare-se : dentro da zona verde, o espaço do Guimarães Shopping reservado a lojas e a pessoas, uns 2 andares. Na zona delimitada a vermelho, o espaço reservado ao estacionamento de carros, uns 3 pisos, isto fora as estradas e viadutos na imagem... É o nosso mundo construído em redor dos automóveis, a prejuízo das pessoas...

6 comentários:

Cláudio Rodrigues disse...

Tudo isto construído na Veiga de Creixomil, em terrenos muito férteis, em zona de cheias... Aliás, ainda hoje se aproveitam os restantes espaços ainda não "cimentados" para a agricultura. Não fosse toda essa área uma zona agrícola... Tudo em prole do desenvolvimento (?)... Enfim.

Vítor Pimenta disse...

Realmente triste e, como qualquer Centro Comercial, uma nódoa urbanística...

Paulo Vieira disse...

E os postos de trabalho que foram criados pelo Centro Comercial seriam absorvidos pela agricultura? O desenvolvimento trás muitas coisas negativas mas no contexto actual da economia portuguesa, uma economia europeia, não podemos ser ingénuos de pensar que se deixaria de se construir um Centro Comercial que alem dos postos de trabalho que gera também contribui com receita fiscal por via dos impostos (IVA/IRS/IRC). Não quero dizer com isto que a economia deve estar num patamar superior que a ecologia, pelo contrário, mas á muitas ponderações a fazer. Já vi muitos atropelos muito mais graves ao ambiente e com menos proveitos para o país.

Cláudio Rodrigues disse...

Claro que criou postos de trabalho. Daqueles que se assina um contrato por três meses e se troca de funcionário. Para além do prejuízo que o comércio tradicional passou a ter. No entanto eu não sou contra os Shopingues. :) Mas construir um, a um quilómetro do centro da cidade, num cruzamento entre duas importantes estradas nacionais, em frente ao hospital, em leito de cheia e em zona agrícola parece-me um erro. Ou então é mesmo este o sítio ideal para um CC...

Tiago Laranjeiro disse...

Spicka, as coisas não são bem assim...

O GuimarãeShopping está perfeitamente envolvido na cidade. Essa imagem foi muito bem tirada. De facto, aí parece que o centro comercial está em plena zona verde, o que não é bem verdade... Atrás, à frente e ao lado do centro temos zonas de enorme densidade populacional. E o espaço ocupado pelo shopping não está nem estava em plena veiga de Creixomil. Essa desenvolve-se um pouco mais abaixo.

O local escolhido é um importantíssimo ponto de entrada da cidade, e o shopping, com as acessibilidades de que dispõe, não é um dos maiores problemas de trânsito da cidade; pelo contrário.

Quanto à zona reservada ao GuimarãeShopping e ao parque de estacionamento tenho-te a dizer que estás errado, Vítor... O parque de estacionamento superior ocupa uma área maior que os dos níveis inferiores. E no andar do chão o centro comercial (e respectiva área de cargas e descargas) desenvolve-se em toda a área que é ocupada nos pisos superiores por estacionamentos. Para além disso, esse estacionamento serve também o hospital, encontrando-se ligados através de um viaduto pedonal. Há coisas piores...

Ah, e não esquecer que o GuimarãeShopping foi construído com a contrapartida de ser lá a central de camionagem da cidade. Uma boa solução.

Vítor Pimenta disse...

Caro Ergolas. Eu compreendo perfeitamente o que dizes. Não estou a questionar a utilidade ou a especificidade do Guimarães Shopping. Eu só quis utilizar este post como forma de abordar o facto do urbanismo actual estar sobretudo escravo do "onde meter o carro". Chega a ser ridículo que um espaço que é para as pessoas tenha a maior parte da sua àrea reservada ao estacionamento de viaturas. É só uma metáfora deste mundo.