segunda-feira, 2 de julho de 2007

Do "País Basto": As Divisões e as Vias


É uma região encravada entre Minho e Trás-os-Montes e, por isso mesmo, nem é carne nem é peixe. Cabeceiras de Basto, Celorico, Mondim e Ribeira de Pena partilham cultura e culturas, dos pratos de vitela aos vinhos verdes (Sub-Região Demarcada), sotaques e paisagens ambíguas, como se o granito e as montanhas íngremes transmontanas se pintassem do verde minhoto. No entanto é como se não existisse. A relação autártica é escassa e por vezes politiqueira. São concelhos de costas voltadas, uns virados para o Vale do Ave, outros para o Baixo Tâmega, outros para o Alto Tâmega. E da linha ferroviária, sobra um museu na coroa, em Arco de Baúlhe, com espólio regional e parte do museu nacional da Refer, aliás sede também do Centro de Emprego de Basto.

É por aí, parte da desilusão. As vias que as ligam, tirando a A7 que rompe as entranhas do Nó de Basto até Ribeira de Pena, são o atrasadismo das curvas, que nem a paisagem perdoa. Da Variante do Tâmega à Ferrovia com o mesmo nome, desactivada no apogeu centralista do cavaquismo, oferecida em compensação, só se lhe conhece o traçado de Amarante ao Celorico de Marcelo. Este, que em 97, ofereceu-se em paleio num comício do PSD em Arco de Baúlhe e que não deve morrer de muitos amores por isto. A Via Rápida ficou por ali e mais afastados ficamos uns dos outros.



Entristece esta Região em velocidades diferentes e em direcções opostas. A Edilidade Mondinense, por teimosia e por um centralismo exacerbado no investimento, esquece que é importante finalizar a via que liga a ponte da Barca, sobre o Tâmega, de modo a haver uma ligação de qualidade, rápida e segura, entre aos pólos urbanos cabeceirenses e ao próprio nó de Basto, logo ali ao lado. E urgente é também ligar Mondim a Celorico por uma via larga e de seguida, terminar a Variante do Tâmega, ligando-a de seguida à variante de Arco de Baúlhe, prevista para descongestionar a vilazinha estenosada pelas ruas estreitas e um trânsito viscoso. Tão simples, e proveitoso, quanto isto:



2 comentários:

Anónimo disse...

caro vitor pimenta...
apoio desde ja a sua atitude de alerta sobre alguns casos que se passam nestas terras...no entanto acho desprezivel o modo como sao abordadas determinadas questoes aqui colocadas...nomeadamente aos horrores de cabeceiras...sou estudante de arquitectura e sei, o que pretende tansmitir, no entanto deveria saber que tudo depende de contextos e situaçoes que muitas vezes transcendem os organismos que aqui pretende atingir...ja agora lembre-se que se nao fossem os chales dos emigrantes, que os que ca ficam copiam meticulosamente, todas as terras de basto talvez fossem um deserto, pois o dinheirinho que serve para os construir sustentam muitos municipios que os aprovam...estes sim sao os horrores...nomeadamente os "arquitectos" e engenheiros eos demais compinchas que estam la debaixo de lobbies politicos e nao tem o bom senso ou trabalho de alarmar quem nao tem competencia para determinar a sua aprovaçao...
abram os olhos oh tecnicos especializados nao veem nem sentem o quanto ridiculo estao a fazer da vossa e nossa terra...o culpado nao é so o sr...paulo que projecta, que nao tem competencia nem saber para mais...mas sim os ilustes que tal como eu tiveram formaçao para determinar e saber destinguir o que é boa e o que é ma arquitectura...qt aos horrores...repare tb na forma como o arco de baulhe esta sinalizado....buuuuuuuuhhhhhhhhh

Vítor Pimenta disse...

A mensagem é claramente nesse sentido. Alertar quem projecta e quem aprova. Não quero atacar pessoalmente ninguém, só chamar atenção para a irresponsabilidade histórica e contextual, agora o que cada um quer fazer do seu dinheiro, parabéns...