1: Corri-lhe para as entranhas outra vez. Queria vê-la de dia. Amsterdão é uma espécie de Veneza perfeita, um híbrido da cidade italiana com Nova Iorque - que seria Nova Amsterdão, não tivessem os holandeses trocado o território norte americano pelo Suriname. Os canais surgem emaranhados por entre os bairros, traçados a régua e esquadro e as casas a lembrar os quarteirões nova-iorquinos. As bicicletas são uma espécie de hemácias no suceder de pontes e entroncamentos. Surgem do nada por entre as casas. Trilintam frenéticas aos turistas que lhes ocupam as vias.
2: Há sempre os museus. Vi Van Gogh e mais uns e outros quadros de Rembrandt, Rubens, Vermeer, Averkamp. Monet, enfim....
3: Amanhã, devo regressar ao País que não ardeu este ano. E ainda bem.
Lia distraído, o A Rússia de Putin de Anna Politovskaya, no tremido balanço do comboio quando com o abrandamento ouvi o habitual tagarelar imperceptível no neerlandês do maquinista. No meio dizia Utrecht Centraal. Estranhei se seria a paragem que eu era suposto sair, pois parecia-me tão cedo. Levantei-me e num inglês confuso, de quem ainda está a pensar com a língua materna, perguntei Is Utrecht THIS stop? Sorriu-me uma senhora de meia-idade (ou lá o que isto quer dizer), Yes, it is. Fixe. Nunca fiar no que se tenta enxergar do holandês, podem estar a falar a sério.
1 comentário:
1: adorei o "...bicicletas são uma espécie de hemácias..."
2: não ardeu mas teve algumas labaredas
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