Bem, eu faço parte dos alunos fundadores da EB 2,3 de Arco de Baúlhe, com muito orgulho aliás, pois era, sem dúvida, o melhor lugar para se concluir a escolaridade obrigatória no concelho. Mas já não sei se continua a ser... Quem quiser saber mais, mesmo balelas, é ler O Basto: o jornal, que não o intencionando, faz a vez ao, temporariamente extinto, Fórum Cabeceirense - que não deve tardar a aparecer por volta das autárquicas de 2009.
Ora, há uns dias, com a fusão de agrupamentos (o de Cavez com o de Arco de Baúlhe), foi imposta pela tutela regional de educação as eleições para a presidência do conselho directivo da instituição que também é responsável pelo agrupamento. Bem, neste acontecimento está a algazarra do comadrio. Se por um lado, segundo o mesmo jornal, estava uma lista inócua, independente e competente que gere uma relação de grande respeito institucional e em total imparcialidade e sem interesseirismo com a edilidade local; da outra estava uma lista completamente politizada e maquievelizada pelo Partido Socialista, com clara influência e interesse do Presidente da Cãmara para, aqui também, para controlar o feudo. Hu ha ha ha ha ha... (riso sórdido...)
E aqui começa a esparrela. É que, podendo ter algum sentido no interesse socialista (para lá do jocosismo), o mesmo jornal e o seu "professor-fonte" não podem dizer que a lista da direcção, da continuidade, não é politizada. Estão a ser intelectualmente desonestos com quem lê as quase 2 páginas dedicadas a umas eleições de uma escola básica!
No Ecos de Basto, a derrota da Lista encabeçada por Augusto Soares, ex-presidente do conselho directivo, em tentativa de regresso à liderança da escola, é quase ignorada. Por óbvias questões de "publicidade". Mas n'O Basto (sem link de net) é exaltada como uma vitória sobre a politização das chefias escolares. Hipocrisia total. Porque, há que ser claro, a lista de Senhorinha Pires serve também de catapulta no arremesso político da trincheira laranja.
Logo, o desinteresse da Cãmara em fazer-se representar ao mais alto nível, nos eventos organizados pelo agrupamento, é infelizmente congruente. Faz parte deste jogo. Pois, da presidente do Conselho directivo, é sabido que não morre de amores pelo autarca e mostra-o nas as suas desafogadas e comentadas intervenções em público. E aí, quer queira quer não queira, faz exactamente o mesmo jogo que tanto abomina.
Portanto, certamente que não era este o melhor contexto para o prof. Augusto Soares se voltar a meter ao barulho, depois de ter abandonado o posto que ocupou anos antes. Mas é, sem dúvida, dele a melhor gestão da escola desde a sua abertura. E é injusto que se achincalhem tão deliberadamente as suas qualidades e intenções.
De resto. É, como se sabe, a feira das vaidades numa escola de "doutores" (há professores que EXIGEM que os tratem assim), onde só faltam os funcionários andar com vasos de flores na cabeça e patos de baixo do braço. É abuso da excentricidade das fachadas, de janelas encortinadas a lagos com passarada, em prejuízo do investimento no que é util e necessário para o bem-estar, o sucesso dos alunos e para um ambiente de trabalho justo e saudável. É uma pena que os cargos sejam vistos, nesta instituição como noutras, pelo mero retorno político e pessoal. Já é tempo de repensar este tipo de gestão das escolas e das associações de pais apontarem estes vícios e fidalguias, a bem da responsabilidade e da responsabilização.
4 comentários:
1 - o Basto tem link, basta pesquisar.
2 - CBC é terra de Doutores (que não são nem bacharéis, por vezes) e de Engenheiros (idem). E tratam MUITO mal quem quer realmente ser Doutor (notar que escrevi com D maiúsculo e por extenso), por isso saí há mais de 10 anos de CBC.
3 - mera curiosidade: um médico NÃO é Doutor (bem, talvez em CBC...).
Era no extenso e não no título académico. Conheço poucos ou nenhuns por cá.
fartos de politizações estamos todos mesmo daqueles que criticam tudo e todos quer em jornais quer em blogs. o jornal de que fala faz falta e tirando uma ou outra balela como V.Exª diz, tem o mérito de e acho eu, não depender de partido nenhum...porque quando se constata que um homem se julga dono e senhor de tudo que o rodeia mesmo de uma direcção de uma escola de provincia isto até devia dar um livro quanto mais 2 páginas!
aro anónimo (este último).
Não precisa de me tratar por V. Exª, não sofro dessa necessidade. Nunca me ouviu dizer que um jornal não fazia falta. Fazem todos. Havia de haver mais.
E aqui, em Cabeceiras, quiçá outra Rádio.
Agora, também posso por os pontos nos iii. Neste caso, a politização é de parte a parte. E se o mal é este, não percebo como é que os que tanto se dizem apolitizados fazem das suas responsabilidades armas no combate político no pior das suas faces e em desrespeito pela instituição e as pessoas que dependem deles... Vale para todos, meu caro. Aqui, como em tudo, temos de ser justos.
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