terça-feira, 11 de setembro de 2007

Da viabilidade da Linha do Tâmega

A dicussão trazida e insistida pela CDLT está longe do discurso moderado e actualizado. Aliás, cheira a verborreia Garcia Pereiresca, condimentada de muito PREC, com papéis lançados nas ruas a borrar tudo. Já não bastava a porcaria que as pessoas fazem sempre que saem das lojas.


No entanto, a viabilidade da linha do Tâmega, que tanto reclamam a reabertura, é, na minha opinião, assunto a ponderar no futuro, muito forçosamente. Não o digo a curto, mas a longo prazo. Os transportes públicos ferroviários, aliás, tenderão a ser uma grande alternativa e opção nas exigências ambientais e logísticas da economia portuguesa, nos próximos anos. No entanto o traçado da Linha do Tâmega, teria de sofrer obras de modernização apreciáveis (devido ao seu estado avançado de degradação) e a sua sustentabilidade seria apenas possível mantendo 2 paragens para além de Amarante: em Celorico de Basto e Arco de Baúlhe(Cabeceiras de Basto). Por outro lado seria imprescindível a finalização da Via do Tâmega e de uma via rápida desde Celorico a Mondim de Basto.



Vejamos porquê: com apenas 2 paragens, em Celorico e Arco de Baúlhe, a viagem seria mais rápida e competitiva, fazendo frente às alternativas rodoviárias, menos seguras e em geral, muito mais caras. No entanto, para compensar os apiadeiros e estações sacrificados, as vias rodoviárias acima, facilitariam uma rede de autocarros (de Basto: de iniciativa privada ou pública acordada pelos concelhos) com horários compatíveis com os horários dos combóios, servindo as Sedes de Concelho de Mondim e Cabeceiras de Basto, e as populações em redor da Linha do Tâmega. Era certamente um investimento inteligente e visionário, com altos retornos económicos e sociais para a Região.


No entanto, esta é indissociável da modernização e reestruturação, no mesmo sentido, da via ferroviária desde Amarante ao Porto, previligeando uma Estação por cada concelho. É uma questão fulcral no desenvolvimento regional impedida e negligenciada pelo centralismo do sistema político, e portanto mostra da necessidade de um país urgentemente regionalizado.

7 comentários:

Marco Gomes disse...

Com desprezo e com um certo despotismo que os "caciques" locais têm abordado este assunto. Tem se verificado uma revitalização da importância das linhas férreas no desenvolvimento local, por parte de outras terras, onde se tem visto uma reestruturação e construção de novas vias férreas. O impressionante é a negação infundada de um projecto privado, sem qualquer custo para os municípios, que permitiria uma revitalização da linha. Se os "caciques", na sua sabedoria dubitável, acharem que não há viabilidade monetária para a recuperação, e posterior utilização, da linha férrea do Tâmega, é uma coisa. Mas, não autorizarem um projecto que, a priori, resolveria todas essas questões, é no mínimo escandaloso.

Anónimo disse...

Creio que o Mr Vitor Pimenta teve uma excelente abordagem para com este assunto da linha do tâmega, e até fui o primeiro a votar no novo "Referendo do Mal"; e concordo tambem com o comentário do Marco Gomes. Para reforçar a ideia do marco, pede-se que as pessoas se dirijam ao pavilhão municipal de Refojos onde tem a comparticipação monetária dessa mesma obra e seu respectivo custo. E, sem explicação pausível, a comparticipação ultraoassa o custo em quase 800 mil euros! Creio que esse dinheiro "Fantasma" que vagueia nos cofres camarários poderia ajudar a reabilitação da linha do tamega.

Anónimo disse...

Ainda estamos a discutir o funcionamento da Linha do Tâmega um pouco com o coração!!!

Primeiro temos de saber claramente o que queremos com a reabertura da Linha, mas também aonde queremos ir? e Que(m) queremos trazer?

Se o objectivo é uma linha com fins turísticos, então temos de falar de muitas outras coisas...quantos hotéis existem cá? que produtos turísticos de qualidade e consistentes temos para oferecer? estão os potenciais interessados a trabalhar em parceria?

Linha sim, mas acompanhada de plano estratégico devidamente avaliado

Vítor Pimenta disse...

O aproveitamento turístico a meu ver é conciliável com o funcionamento regular, digamos assim, da linha do Tâmega. Quanto à estratégia de Turismo esta devia passar por um plano ambicioso interconcelhio de modo a impulsionar a Região de Basto como uma região ou sub-região de turismo altamente competitiva. E isto depende de uma classe económica com visão e uma classe política, de autarcas, com essa vontade. O que infelizmente teima em não aparecer. Exemplo disso é a ProBasto, uma instituição fantasma que apenas serve para alimentar burocratas.

Unknown disse...

Concordo quase na totalidade do que foi dito aqui. O plano que existe para transformar a linha desde o términus no Arco de Baúlhe até Amarante numa ciclovia é um verdadeiro atentado ao património, história e gentes de Basto.Tal como acontece noutras regiões (e vejam o caso da ciclovia de Fafe-Guimarães) este será um autêntico desastre sob todos os pontos de vista. Há que tentar em concertação inter-municipal um plano de reabilitação e dinamização turística desta região de forte potencial. deixem-se de demagogias e parem de tentar tapar os olhos às gentes da Região e tentemos atrair para cá o transporte do futuro que também foi do passado... Saudações

Anónimo disse...

Quanto às questões de desenvolvimento da Região de Basto, aconselho a leitura do Relatório elaborado por Daniel Bessa.

Vítor Pimenta disse...

Bem aconselhado. Sobretudo para mim que tão pouco sabia da sua existência. Parece que ninguém quer que se saiba, pelos vistos... Já agora, caro anónimo, podia dar umas luzes do mesmo, embora saibamos que a Região de Basto como um todo só existe na cabeça das pessoas... É uma Região por si condenada pelos diferentes distritos e unidades geográficas (NUTS)