domingo, 30 de dezembro de 2007

Prémios Mal Maior 2007 #3


O Bem Maior de 2007:
O Sim nacional no Referendo à Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez.

Polémico o referendo, fracturante talvez. Mas deu noção de um país cada vez menos subjugado às influências de instituições conservadoras e aos arautos de moral colectiva. Um passo enorme também na liberdade e na responsabilidade, pendendo para uma maior participação, autonomia das mulheres e do valor das decisões individuais de cada um. Foi também uma avalanche de participação cívica, com achegas ao que de importante poderão ter os expontâneos aglomerados de gente interessada na revolução da causa e dos assuntos de sociedade. Um abanão também ele no sistema partidário que se julgava como única máquina oleada na mobilização. E de um concelho conservador como Cabeceiras de Basto, salvou-se um empate em Abadim e a vitória do Sim em - imagine-se!- Gondiães...

O Mal Maior de 2007: A excursão laica e socialista, de Cabeceiras de Basto, ao Altis de Fátima.

A 15 de Julho riam-se os pivots de Telejornal, comentadores e o País, do quão estranho era ver gente oriunda 400 km de Lisboa a aplaudir - e muitos sem saber sequer o quê - a vitória do candidato socialista para nas intercalares da capital... O feito revelou as vergonhas dos aparelhos partidários, e o quão insidiosas se vão mostrando as fragilidades dos mesmos. Cabeceiras de Basto ficou mal na fotografia, o País também e o Partido Socialista pior. A gestão local do caso foi má e deu lenha para a então tímida fogueira da oposição. Pecado cometido e obrigatoriamente ponderado. Coisa que, por muita humildade rural que se nos exija, não há provincianismo romântico que perdoe. Foi eleito também um dos 3 acontecimentos negativos do Minho, no Avenida Central.

2 comentários:

josé manuel faria disse...

De acordo com o prémio "O Bem Maior" quanto ao Mal Maior compreendo a sua escolha.

Vítor Pimenta disse...

Sim. é uma escolha local, mas ao mesmo tempo denuncia os males do sistema politico-partidário português e que muito inquinam a democracia que temos, infelizmente. Não me agrada ver estes partidos aversos à mudança destes hábitos de vida.