Isto nem com a Alumiação de Natal vai lá...
Como uma pessoa deprimida que não tem cuidado com o seu corpo e a sua cara, Arco de Baúlhe desleixa-se, engorda mal e ganha rugas borratadas. Continuo a chorar o quão é impressionante como igualmente lamentável que se deixem fazer edifícios de betão armado em plena Rua de Arco. Como se podem aprová-los e como é que se podem sequer pensá-los!
A casa que tinha, antes de construído o mamarracho, merecia melhor abordagem e é uma mancha no percurso da arquitecta que desenhou projectos muito agradáveis como a Central de Camionagem de Refojos e a Piscina Municipal de Arco de Baúlhe. Se bem que só fez por ajeitar um rascunho dos empreendedores da coisa. Mas seria preciso fazer um desenho? Bem, não que me queira armar em arquitecto, longe disso, mas era assim que imaginava um outro aproveitamento da casa dos Monteiro:
Nestas áreas históricas não pode haver retorno económico per se, imediato e inconsequente, só porque se comprou um edifício antigo e quer-se rentabilizar ao máximo o investimento. E sobretudo quando iguais erros se cometeram alguns metros abaixo.
É que por este andar, com o abandono e o desprezo pela sua história e marcas, dos edifícios de antigas pensões, casas de família e contrabandistas, Arco de Baúlhe nunca mais será coisa que se aproveite. E para lá caminha graças aos arcoenses com responsabilidade nestes actos criminosos.
Meta-se na cabeça: por este caminho, ao fundo do túnel, há uma vila que não será mais que um subúrbio abandalhado, sujo e deprimente. Para mal de anos de estórias deitados ao rio e para a generalidade do concelho de Cabeceiras de Basto, que perde diversidade na sua paisagem turística e na sua memória...
A casa que tinha, antes de construído o mamarracho, merecia melhor abordagem e é uma mancha no percurso da arquitecta que desenhou projectos muito agradáveis como a Central de Camionagem de Refojos e a Piscina Municipal de Arco de Baúlhe. Se bem que só fez por ajeitar um rascunho dos empreendedores da coisa. Mas seria preciso fazer um desenho? Bem, não que me queira armar em arquitecto, longe disso, mas era assim que imaginava um outro aproveitamento da casa dos Monteiro:
Nestas áreas históricas não pode haver retorno económico per se, imediato e inconsequente, só porque se comprou um edifício antigo e quer-se rentabilizar ao máximo o investimento. E sobretudo quando iguais erros se cometeram alguns metros abaixo.
É que por este andar, com o abandono e o desprezo pela sua história e marcas, dos edifícios de antigas pensões, casas de família e contrabandistas, Arco de Baúlhe nunca mais será coisa que se aproveite. E para lá caminha graças aos arcoenses com responsabilidade nestes actos criminosos.
Meta-se na cabeça: por este caminho, ao fundo do túnel, há uma vila que não será mais que um subúrbio abandalhado, sujo e deprimente. Para mal de anos de estórias deitados ao rio e para a generalidade do concelho de Cabeceiras de Basto, que perde diversidade na sua paisagem turística e na sua memória...
6 comentários:
Impressionante.
Já é mau deixarem construir e pior ainda é a falta de contestação política e da sociedade local a tal atentado.
Enfim fica o grito de descontentamento.
Também fico incrivelmente chocada com as atrocidades cometidas na nossa região em termos arquitectónicos.Tanta coisa poderia ter sido feita nesta rua de forma a manter a sua beleza(porque era realmente uma rua bonita)...Não sei se o teu "projecto" seria o mais adequado mas a rua não merecia realmente acabar assim.
Sim. Obviamente o "meu projecto" era uma deixa a quem poderia querer aproveitar o edifício mantendo a fachada e aumentando um piso, adaptando-o a apartamentos.
Em cima, em recuado, poderia ser como se fazem em muitas casas antigas nos centros históricos de cidades. Inspirei-me numa construção que vi em Braga (não que a cidade seja exemplo de preservação mas tem boas abordagens do género).
Mas obviamente preferiria o restauro da casa por si e por gente de boa vontade. Há outros óptimos exemplos nessa rua, apesar de tudo.
Eu espero tudo das Terras de Basto desde que vi um comboio centenário enfeitado com um boneco de peluche.
Vi tal coisa no dia de inauguração do museu ferroviário dessa vila de Arco de Baúlhe e jurei considerar seriamente mudar a minha forma de ver o Património!*
O Património não tem que ser sério!
Pode facilmente transformado numa vulgaridade, numa Palhaçada.
As ruas das vilas e cidades também não têm que ser diferentes!!!
Podemos torná-las todas iguais.
As do Arco iguais às de Braga e estas iguais às de Loures ou Buraca ou Santo António dos Cavaleiros ou qualquer outro dormitório proletário.
Viva a Igualdade, viva a Vulgarização.
* o objecto apalhaçante foi removido da carraugem dias após ter sido exibido naquelas poses. Até foi capa de jornal. Espectáculo.
Dario Silva
Vítor, apenas uma pequena rectificação. Quem elaborou o projecto da Central de camionagem de Refojos, por sinal ( na minha opinião) muito bonito, foi um arquitecto e não uma arquitecta. O arquitecto chama-se João de Almeida e mora em Fermil de Basto e se bem o conheço nunca conceberia um projecto como o que está a ser edificado na Rua do Arco. Quanto ao resto, estou de acordo que uma Rua com a História e o enquadramento arquitectónico da Rua de Arco de Baúlhe, ainda por cima recentemente intervencionada em tons globalmente adequados ( na minha opinião), não merecia uma visão como essa. Espero que o Plano de Urbanização ao ser aprovado discipline a zona histórica do Arco e impeça atentados como este.
Caro Eduardo.
Obrigado pela correcção, foi um equívoco (alguém me tinha dado essa informação). Vale a justiça ao Arq. João de Almeida, pela obra da central de Refojos que também me agrada muito.
Ao que soube também, existe alguma protecção destes edifícios por parte de uma direcção regional (sediada em Vila Real) e que aprova ou desaprova estas intervenções. Mas como tudo neste concelho faz-se primeiro e legaliza-se o monstro depois. Infelizmente o Urbanismo não é coisa que se possa gabar por estas bandas.
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