sábado, 12 de janeiro de 2008

A Avenida que também sou dela

Uma ousada reflexão sobre processos eleitorais nos Estados Unidos e das inferências ao sistema português em "Os Caucuses e o Fundamentalismo da Urna" na Central Avenue:

"(...)daqui [ do processo aberto dos caucuses] vem o abalo ao dogma do voto secreto como o mais democrático, no nosso fundamentalismo da urna. Nestas questões de escolha com grande impacto de futuro e em processos primários, limitados a esfera partidária ou a lugares comuns mais restritos e particulares, não vejo grandes desvantagens no voto assumido e discutido. É na minha opinião, bem mais fiável e democrático que o da urna, porque obriga a uma partilha de opiniões, muito maior empenho e dedicação das pessoas envolvidas e a uma maior exigência perante o candidato que apoiam, porque elas também fazem parte da sua cara e por isso, também do directo e contínuo escrutínio da acção governativa e do cumprimento das propostas. E aqui, como visto na nomeação de Obama em Iowa, com grande peso do voto jovem, muito mais atraente para a cidadania desde cedo.

É que vejamos o que acontece em Portugal. Os Partidos, na sua generalidade, raramente se sub-dividem em plataformas de interesses de sociedade claramente assumidas. Estas são expulsas para a esfera dos movimentos e pequenos partidos políticos, com objectivos limitados e por isso sem grande expressão e influência na vida do País. Em compensação há os guterristas, socratistas, alegristas, soaristas, mendezistas, menezistas, portistas (de Portas), nogueira-pintistas, cavaquistas, santanistas. Todos em redor da sua Nossa Senhora com interesses muito menos da generalidade que pessoais, com vínculos de irmandade e sem grandes perspectivas de mudar o país, que não na sua única e interesseira perspectiva do mundo, com o que lhes convém, em licenças de canteiro e cargos em empresas mais ou menos públicas." [ler mais]

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