quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Tribunal para que é que vos quero?

Ou o País é rico ou o Ministro da Justiça é deveras incompetente. Ou então a reforma da justiça, na sua reformulação do mapa judicial, é para ficar a cozer como os processos, em banho maria até que alguém se lembre de meter mais um pouco de água na fervura.

A questão é bem desnudada no Diário de Notícias, que interroga a construção de um Palácio da Justiça numa comarca em vias de extinção, com uma média de "600 processo anuais" a dar entrada nos serviços, uma ninharia para tão grande investimento (3 milhões de euros ou 600 mil contos em moeda antiga). Coisa que não vai passando despercebida em vários blogues (1, 2 e 3) para mal dos nossos pecados. E são justas as inquietações, e ainda que em fase de apreciação e discussão, é que o novo mapa judicial proposto diminui as comarcas das actuais 233 para 35 seguindo a lógica das NUT e com provável inclusão da comarca de Cabeceiras de Basto na do Baixo Tâmega, com sede em Amarante.

E tornado o enorme elefante branco mais um monumento na paisagem betonada da Quinta do Mosteiro, em sede enorme de julgados de paz, talvez seja tempo de se insistir com outro afinco na construção Variante do Tâmega ou ponderar a reabertura da linha ferroviária...

6 comentários:

Francisco Rodrigues disse...

Este país mete dó.

Paulo Vieira disse...

Um dia do ano de 1998 podia ter alterado muita coisa neste país... Talvez este problema não se coloca-se agora... A maioria dos "Tugas" achou que com um SIM viria uma enorme tesoura retalhar o país aos bocados... Mas vendo bem não está "retalhado", mas confuso está... Agricultura - aqui, Justiça - ali, Educação - acolá....

Anónimo disse...

Tocaste na ferida. E que tal propor a Via do Tâmega para o Guiness como a obra que mais tempo demorou a construir em todo o mundo? Foi decidida em 1984 e já lá vão 24 anos e ainda faltam 9Km de Celorico ao Arco, mais uma Variante de ligação a Mondim. É simplesmente ridículo que a região continue de costas voltadas, com acessos da primeira metade do século XX. Depois é óbvio e facilmente explicável que um município como Ribeira de Pena que é parte integrante da sub-região de Basto, se sinta tão pouco identificado com este espaço geográfico ( também devido às fracas acessibilidades entre concelhos principalmente com Celorico e Mondim), ao ponto de rejeitar a integração na comarca de Cabeceiras. Os autarcas ( de cá) que têm influência política no Largo do Rato e no Terreiro do Paço que reflitam porque é que isto acontece.

Vítor Pimenta disse...

É exactamente nesse contexto que revolta. Há uma clara noção da necessidade de regionalizar e entretanto fazem-se estas propostas de alteração de mapas completamente irresponsáveis e avulsas. Irritante, mesmo. Porque não são tão reformadoras quanto isso, são mais enconadoras...

Quanto à Via do Tâmega é sem dúvida de uma pesarosa negligência e falta de respeito pelas populações que mais sofreram com o encerramento da Linha Ferroviária. É uma dívida com anos por pagar e com juros de (de)mora elevadíssimos. Creio que pelo menos a ecopista preservará o percurso uma vez que, ou muito me engano, a ferrovia é alternativa a repensar no futuro não muito longínquo.

E quanto à optimização das vias de de comunicação entre os 4 concelhos, já escrevi que chegue:

http://malmaior.blogspot.com/2007/07/pas-basto.html

Anónimo disse...

So te queria dizer que a noticia está longe (muito longe) de ser verdadeira e quando quiseres eu esclareço-te. mas desde já descansa que o Tribunal de Cabeceiras não vai fechar.
A noticia é maldoza e só demonstra que o jornalista não sabe em que consiste a reestruturação da Justica.
Beijinhos,

Vítor Pimenta disse...

Certamente Marisa. O post que escrevi baseou-se no que li. E dei-lhe algum toque de ironia, no "como se". Não contesto exactamente a reforma a fundo porque sinceramente tão pouco a percebo, por muito que tenha lido, mas só acho que não se pode retalhar o país em mais de quantas zonas e regiões e sub-regiões sem haver um interesse esclarecido a fazer uma reforma que englobe tudo de uma vez. E pronto, só foi mais uma achega pela construção da via do tâmega. :) ***