Arco de Baúlhe não tem uma Quinta do Mosteiro, com largas parcelas de terreno susceptíveis ao estupro imobiliário. Mas tem quintas de marialvas, em decadência, de fidalgos do nada, de que lhes resta pouco mais que o título, que em República de nada serve, e claro as heranças, em lavouras e casas brasonadas.
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As casas entretanto, caem aos bocados, e a memória com elas. Estão subaproveitadas, deitadas ao desleixe e não há quem lhes deite mão. Boa mão, sublinhe-se, porque se o Estado não tem direito de obrigar as pessoas deste país a cuidar do lhes calhou na rifa, grande parte delas com um porta-misérias de bolso, tem de pelo menos o dever de facilitar e proteger a sua História da erosão e do lucro. E nem tudo o que se ergue novo é obra, e muito tem de ambientalista (re)aproveitar o que o tempo nos foi deixando no caminho.
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Dos irmãos Roby, os recentes, e não os que calcorrearam a África Portuguesa de um lado ao outro, nem tão pouco (que eu saiba pelo menos) o outro que desflorou a vida e o escrito a muita menina de boa família, lá vão vendendo às postas, bocados de terreno, a uns e a outros, à Câmara de Cabeceiras de Basto, para mais uma obra, um alargamento de via. Mas entretanto cai-lhes a pintura das paredes, as pedras e as telhas, a madeira e o esqueleto das casas e com isto muito boa parte da memória, no seu património arquitectónico com alguns interessantes pormenores, e potenciais postais turísticos da vila cada vez mais dormitório e pachorrenta.
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