Já vai tarde a reflexão e em Quaresma, tempo de contenção na carne, mas tão pouco vou fazendo caso. O pseudojornalismo que se faz em Cabeceiras de Basto - já o disse, ainda que a quente - é do piorio, na base do ódio e roça a escatologia escrita: notícias como artigos de opinião, arautos a inimigos externos, exaltação a coisas que não são mais que as devidas em democracia.
O Ecos de Basto - que me perdoem os redactores metidos dentro, alguns deles do meu trato - pecou por insistir no jogo do insulto, ainda que mascarado por rodeios de língua, bem exemplificado pela pseudonotícia com uma manchete claramente ressabiada: "Miguel Teixeira Retrata-se." A mesma é vergonhosa, indigna e dá um panorama da mesquinhice do que se vai fazendo em papel imprimido. Uma total baixeza e que não abona a redacção do jornal da ADIB, mesmo depois de absolvida pelo tribunal de Guimarães. E ainda que do outro lado se alimente a guerra entrincheirada, no tiro e no contra-tiro, em catapultas de calúnia enfeitada. Jornais destes não servem a Democracia, nem aqui nem em lado nenhum. Mais valia se assumirem politicamente de uma vez por todas, como o Jornal O Benfica, Acção Socialista, O Avante ou O Povo Livre.
Com tanta boa gente formadinha por aí, em jornalismo e ciência da comunicação, esperava-se um verdadeira imprensa por estas bandas: Imparcial, de investigação, com manchetes sóbrias, colunistas devidamente assumidos, em contraditório; não esta bebedeira. E há gente ida, que agora se nota a falta que faz. Sem a responsabilidade e a circunspecção devida, tão pouco se pode esperar melhores dias da desenvoltura destas questões da imprensa.
Vai só um aparte, como adenda a isto, que me esgadunha por dentro, para lá de quaisquer processos de expulsão em partidos, que tão pouco sei e muito menos me meti por dentro, por muito que tenha escrito (bem ou mal) do que me cheirava dele: há esta noção que o unanimismo é a trave mestra na estabilidade dos partidos, e tudo se faz - e então calar será uma das coisas - para manter um consenso garantido, mais fácil de gerir por fora. Estamos errados, julgo. Não fosse a oposição ser pior que não haver nenhuma em Cabeceiras, e mais se esvaíam, por entre as frinchas dos dedos, muitos dos potenciais apoiantes. É que as figuras dissonantes também unem os partidos, atraem pessoas para a causa, tornam-no dinâmico e em discussão, vivo e atraente, sexy! (e até Vitalino Canas diz o mesmo...) Porque para lá das ideias gerais partilhadas, dão uma outra esperança à situação. E este país, como esta região, que enfarda os seus melhores e mais jovens valores para fora, bem precisa de um bocadinho desse verde.
18 comentários:
"E há gente ida que agora se nota a falta que faz". Pegando nesta tua afirmação, por estes dias só me ocorre dizer uma coisa: "que saudades eu tenho do António Teixeira de Carvalho". O importante nesta como noutras situações é adoptar uma atitude pedagógica e não descer o nível do discurso jornalístico para o básico, primário e execrável insulto à dignidade das pessoas. Os jornais locais que são enviados e lidos pelas crianças das nossas escolas devem assumir as suas responsabilidades como transmissores de valores e conhecimentos às novas gerações.
Que cidadãos queremos e poderemos ter no futuro com este tipo de exemplos? "O Ecos atingiu o ponto zero do jornalismo"
realmente já não é o primeiro blog em que leio sobre este assunto. o Ecos de basto está descaradamente a revelar-se mas ainda bem. muita gente sabe que este pasquim só serve para achincalhar uns e vangloriar outros. se alguém pensa que o ecos é do PS está enganado porque aquilo e aquela maioria de gente de socialista tem muito pouco. o tempo dará razão aos socialistas que entregaram o cartão porque caso não saiba, nenhum deles foi expulso do PS de Cabeceiras. Eles sabiam que aquele tipo de fazer política estava podre e tentaram introduzir algumas ideias... só que...foram mal entendidos...e poderiam fazer muita sombra...o que é facto, é que demonstraram que não percisão da política para viver e ter intervenção cívica. por muito que às vezes nos custe, temos que dar a mão à palmatória ao grupo de Miguel Teixeira, Nóbrega Moura,Alcino,Ilidio,Helder de alvite,e tantos outros...que nos momentos em que todos olhavam para a frente eles souberam dizer assim NÃO.
Esses nomes que o Sr. Ferreira cíta,(Miguel, NObrega etc.etc.), a unica coisa que viram foi o tapete a fugir de debaixo dos seus pés, eram até então pessoas que viviam e queriam viver á custa da política só que o "tacho" não chega para todos não é?
Nunca vi blog que critique tanto os Cabeceirenses, eu sei que há coisas muito mal feitas por aí, como por exemplo esses novos prédios nessa avenida, estéticamente é uma aberração e, quem os deixou construir não deve ter 2 dedos de testa no entanto, vocês lembram-se de Cabeceiras aqui á mei duzia de anos atrás? Pensem nisso.
caro anónimo
o problema é que o indivíduo que qualifica de não ter «2 dedos de testa» é exactamente o mesmo que gere os destinos da cidade-média.
Pense nisso...
E eu não sei? Só que vocês ou seja quem vive lá têm e ipótese de fazer sentir o desagrado nas eleições, era o que eu faria.
Gosto muito dessa e outras vilas do interior.
Meu caro anónimo, pena que V. Ex.cia se esconda por detrás do anónimato mais uma vez de forma incorrecta faça afirmações avulsas e falsas. Os nomes que o senhor citou tinham e têm emprego na sociedade civil, com a sua vida profissional estabilizada e não precisam da política para nada. Caso não saiba Miguel Teixeira é professor efectivo dos quadros do Ministério da Educação há 16 anos, Nóbrega Moura é delegado de Informação Médica e licenciado em cardiopneumologia, Hélder Vaz é Licenciado em Engenharia do Ambiente e quadro superior do Ministério das Finanças. Portanto, quanto a isso estamos conversados. Infelizmente, olhamos para o actual Poder político e para alguns colaboradores do Ecos de Basto, que até exercem assessoria política, não se lhes conhece qualquer tipo de profissão cá fora na sociedade civil.Olhe-se para o indigitado Director do periódico e diga-me qual é a profissão do senhor. Muitos deles, espalhados pelas instituições satélites ao poder instituído começaram na política há 14 anos e vivem ainda da política, na esperança que o actual presidente da Câmara seja eterno. Mas se os grandes impérios que dominaram o mundo tiveram todos um fim, meu caro anónimo é bom que essa gente comece quanto antes a procurar emprego na vida de cá de fora.
Apenas um contributo para a discussão. Ao contrário do que falsamente afirma "Ecos de Basto", Miguel Teixeira não foi expulso do PS. Entregou o cartão em carta enviada a José Sócrates e o pedido foi aceite, conforme facilmente se pode comprovar nos documentos que incluem o processo judicial, aos quais o actual Presidente da Câmara teve e tem acesso. Não houve julgamento, conforme Ecos de Basto refere.O Jornal "O Basto" não propôs qualquer acordo judicial, o acordo judicial foi proposto pela Juíza de instrução que alegou perante as duas partes que era a decisão mais sensata a tomar, atendendo a que a questão em causa iria entupir o tribunal por mais uns anos, sem qualquer efeito benéfico para as duas partes. A juíza referiu ainda ao presidente da Câmara que questões como esta e queixas-crime como a que foi apresentada, nao contribuem para a dignificação dos políticos e das instituições. Também é verdade que o Ministério Público tinha arquivado a queixa contra a Direcção do Jornal "O Basto", mas o presidente da Câmara decidiu recorrer com os confortáveis meios que a autarquia coloca ao seu dispôr ( financeiros leia-se). E iria recorrer sempre até ao supremo, mesmo perdendo em todas as instâncias, que era o que provavelmente iria acontecer. Só que com uma diferença. É que enquanto o presidente da Câmara iria recorrer em nome da Câmara, porque o dinheiro n lhe sai do bolso, pois é dinheiro dos contribuintes, o Jornal "O Basto" para se defender iria ter que pagar advogado por uns bons anos. E será que coonseguimos imaginar os custos com advogado? O jornal vive de publicidade e não tem orçamento para isso. Já agora, sabem quem é o advogado da Câmara neste processo? é o conhecido e prestigiado advogado João pedroso, irmão do ex. ministro do trabalho Paulo pedroso, que se deslocou de Lisboa a Cabeceiras pelo menos duas vezes para defender a autarquia neste processo. Quanto é que ele terá levado de honorários aos cabeceirenses para que o presidente da autarquia pudesse cumprir o capricho de perseguir juridicamente um órgão de comunicação social da terra? Responda quem saouber, eu não sei. E será que não há advogados em Cabeceiras? enfim...
Caro Ferreira: "expulsos" ou "convidados a sair".
Formas várias de abordar a questão. Confesso que não sei muito do acontecimento mas pareceu-me ter tido um processo disciplinar pelo meio, conduzido aliás por um deputado socialista amadorense, Ramos Preto, que esteve presente no Encontro de Autarcas Cabeceirenses, promovido pelo PS - se é que não estou errado. Mas desse processo não conheço o conteúdo. Agora pesa-me saber o quão fragilizadas estariam as posições destes membros dentro do partido para verem o chão tão enlameado. Um perda, de qualquer forma, num partido, se não há outras vias que façam um laboratório interno do conflito democrático que é altamente proveitoso na generalidade.
Quanto ao Anónimo que diz que este blog critica em demasia. Não é demasia. É a linha editorial do mesmo (está ali de lado), para que não se façam ou entendam as coisas passivamente e de ânimo leve. E o meu alvo, não é apenas político, será sobretudo as mentalidades. Talvez parte da mudança no global, passe por uma outra atitude de todos, e não se há mais uma ou outra piscina. Aliás nunca questionei o desenvolvimento, nos graus estatísticos e na paisagem, que Cabeceiras de Basto tem em comparação com concelhos em redor e outros por aí abaixo. E tão pouco tem comparação com o passado. Preza-se o esforço, mas não adianta fazer-se moinhos de vento quando nem uma brisa sopra.
Do pouco que conheço dessa Vila e da sua política, lembro-me agora de um pequeno promenor: Esses Srs. já citados e tão falados e tão defendidos não eram amigos intimos do actual Presidente da Câmara?
O meu anonimato nâo tem nada a er com polìtica, não devo nada a ninguem muito menos a eles.
Claro que sim, caro Anónimo. Mas as pessoas mudam e como dizia José Mário Branco todo o mundo é composto de mudança e ainda bem, pois como dizia Mário Soares só os burros é que não mudam. Em política como na vida, quem não está bem muda-se!, e nada é definitivo meu caro: nem Cabeceiras é o melhor dos mundos possíveis, nem o actual presidente da Câmara é um anjo. Não é vergonha ter defendido o projecto do actual presidente da câmara, pois desenvolvimento houve. Só que o projecto de equipa inicial deu lugar a um projecto unipessoal, baseado no culto da personalidade ( vide edições do Jornal "Ecos de Basto" e placas de inaugurações com o nome do autarca espalhadas por todo o concelho) e 14 anos, para falar verdade, é tempo demais para um só homem. Tudo o que é em demasia cansa e Cabeceiras, apesar das obras públicas revela uma crónica incapacidade de fixar pessoas. Sabe porquê. Taxas e derramas caras. Utilização de equipamentos públicos com preços elevados para cidadãos e instituições, O IRS sobre os cidadãos não baixa, apesar da Câmara ter poderes e competências para o diminuir, Pagamento de contribuição autárquica ao nível máximo permitido por lei, IVA , imposto que incide sobre os lucros das empresas residentes no concelho é cobrado pela Câmara a 10%, taxa máxima permitida por lei etc, etc, etc. Portanto caro anónimo, cada um só come do que quer e na minha opinião, todos temos o direito de dizer que não, quando entendemos que devemos dizer que não. Por vezes na vida e na política é importante e necessário fazermos rupturas e ninguém morre por causa disso. Abraço.
Extraordinária discussão! não importa que falem bem ou falem mal de nós o importante é que falem...sou um dos citados nesta discussão. gosto deste blog. pena é que a minha vida profissional não dê muitas vezes para participar nas discussões, talvez seja a primeira vez que o faço. antes de mais só para esclarecer a ignorância do anónimo no que diz respeito aos tachos e tapetes,quando exerci as minhas funções na câmara foi a convite do actual presidente e nunca estive preso a tachos dado que tenho profissão e já agora, para acalmar a inveja e curiosidade de muita gente quando tomei a decisão de sair fui convidado para ser mandatário da imunibasto portanto se quisesse tacho tinha ficado e bem remunerado, no que diz respeito a tapetes que fogem devo dizer que fui a única pessoa dentro do PS que enfrentou umas eleições internas contra os actuais dirigentes e venceu. isto para dizer que me movo por ideais e para mim o mais importante são as pessoas e a minha terra, o resto são coisas que hoje podem estar mal e amanhã ficarem bem... é assim na política como na vida.
contudo, victor ainda hoje aguardo pelas provas para me expulsarem do meu partido...parabéns pelo blog e pelos conteúdos...
O amónimo pode não ter a formação que Vossa Ex.cia diz ter no entanto, é uma pessoa atenta ás notícias e, pelo que tem visto e ouvido, parece-me que o vosso problema e mesmo o de "zangam-se as comadres...".
Se os Exmos Srs. fossem pessoas de bem, não ião logo a correr para o outro jornal dessa Vila maldizer. Desculpem mas isso parece-me uma política mto enchovalhada.
Desculpe lá, mas tantos erros ortográficos até metem dó. Ora vejamos: "Ex.cia", "ião" e "enchovalhada".Ex.ª, iam e enxovalhada parece-me mais correcto.
No que ao assunto respeita e pelo que conheço, a minha opinião é simples. Para jornalismo isento temos o Público, o Expresso, eheh, quando são isentos...Os jornais regionais são muito engraçados por se alimentarem das pequenas picardias políticas e outras histórias que tais. O problema é quando as questões são levadas de forma demasiado séria.
A verdade é que Cabeceiras evoluiu imenso, há uns anos nem caixotes do lixo tinha e além disso, um Presidente que conseguiu a via rápida que liga a A7 directamente a Cabeceiras e através da qual se "ganham" uns meros 5 minutinhos, que vai manter o Tribunal a funcionar a plenos pulmões e que manteve o Sap a funcionar até agora...Temos de lhe reconhecer o valor :)).Cumprimentos
Obrigado pela correcção, acontece aos melhores e, pelo que tenho lido... terá muito que corregir.
Digo. corrigir.
Senhor nfm, o que é a Imunibasto?
Caro anónimo eu n me chamo NFM mas esclareço-o. A emunibasto é uma empresa municipal a quem a nossa Câmara entregou a gestão de todos os equipamentos relacionados com a cultura, turismo, desporto, educação e transportes escolares. É mais uma empresa municipal como tantas outras neste páís que mais não serve para agilizar processos e contornar a lei. Toda a gente diz que esta empresa tem uma dívida enorme, pois é financiada com o dinheiro de todos nós, são as receitas que essa empresa tem e pouco mais. No entanto, ninguém sabe dizer que dívida é que essa empresa tem, ou então ninguém, tem a coragem de o revelar. Quanto ao resto, a empresa é presidida pelo actual Presidente da Câmara e para os seus quadros foram sendo ao longo dos últimos dois anos, transferidos vários funcionários que pertenciam aos quadros da Mútua de Basto, uma associação de agricultores, da qual curiosamente, o actual presidente da Câmara tb é Presidente da Direcção. É importante tb dizer-se que o capital social dessa empresa na altura da sua constituição, foi exclusivamente público, através da transferência que a Câmara fez para a empresa da Casa do Barão, actual casa da Cultura, um património que era de todos os cabeceirenses. Portanto, se a empresa declarar falência, sempre poderá alienar a casa do barão, que tanto custou a adquirir aos cabeceirenses. Mas o que estou a dizer é apenas uma hipótese remota, penso eu. Será?
www.palavrasquedigo.blogspot.com só para acalmar um bocadinho
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