"E, com efeito, o mundo dos adultos está cada vez mais triste, mais crápula, mais ratazana. É uma bicharada que vai a correr prò buraco do coval, comprometida e lassa, sem alegria, sem carácter, sem sentimentos, sem dignidade nenhuma. Não são gente: são baratas medrosas, assustadas sempre, que andam de luto por eles-mesmos e se escondem quando pressentem uma luz, a ousadia dum gesto, a virtude de uma palavra. Adultos, cadáveres de jovens. Metem dó, metem nojo, tão velhinhos, e tão resignados. Cagarolas. Gostaria de os tornar a ver como eram, na infância. Mas"
Luiz Pacheco, O Teodolito
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