domingo, 2 de março de 2008

Males Reciclados


Sim, Braga é cimento. Crescem mais os blocos de apartamento que as árvores. E tão próximos que, de Braga, quase só se conhece a chuva. O Sol, esse, mal se consegue encontrar. E não, não é um cinzento de edifícios antigos, é um cinzento de monocordismo arquitectónico, de aglomerados de betão armado. A colina sagrada, verde e coroada do Sameiro ao Bom Jesus e à Falperra, está a ceder ao compadrio... É, daqui a nada, um escadario de vivendas.


Escrevia assim em discussão num Post sobre a candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura, e parece que se encaixa no contexto de discussões à volta de Braga, é ver hoje no Avenida Central. Pena é que a doença do betão, que corrói a herança cultural e arquitectónica das gentes, se tenha espalhado como um cancro à distância e metastize nos paraísos metidos dentro, onde nos orgulhamos do sotaque e do sossego.

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