terça-feira, 22 de abril de 2008

Bolas de Cristal


Um excerto do texto que li, no Debate Cabeceiras de Basto - Que Futuro?:

(...) Quem vinha a Cabeceiras há uns anos atrás, no início dos 90’s achava muitas semelhanças com mangue Seco, da novela Tieta d’altura. Uma enorme igreja no meio da praça, beatas, poeira, muita gente com pouco para fazer, estradas degradadas, meia dúzia de burgueses, e uma lonjura dos principais centros. A exemplo: era uma manhã inteira daqui ao Porto, entre curvas e vómitos. E escolas, as que haviam, apinhadas de pirralhos e a cair aos bocados. Hoje quase 20 anos depois, não faltam mudanças: infra-estruturas públicas, privadas, estradas auto-estradas, comércio e oportunidades. Mas se continuam medrar Perpétuas como cogumelos – crispadas, cinzentas, moralistas, conservadoras e intriguistas - não falta ainda, quem só pense na T(i)eta...

Mas se na altura era urgente haver uma autarquia que iniciasse o processo de transformação nas vistas, torna-se agora premente que a sociedade por si, e a iniciativa individual faça o retoque final. Neste sentido tenho uma visão à americana das coisas – naquilo que a América tem de melhor, claro: se não acho que os movimentos dos cidadãos devam ter por objectivo primário a tomada do poder – para não lhe caírem nos vícios – acho que deviam entender-se como associações ou plaformas dos diferentes interesses da comunidade com objectivo, esse sim, de influenciar as políticas locais e fomentar a discussão pública.

E esses passam, por exemplo, por participar na definição do que querem para a Saúde da comunidade e para a Educação da comunidade, não esperando e confiando apenas nas premissas de orientações de Lisboa (ou do poder central), mas sim exigindo maior autonomia, e com ela maiores responsabilidades, nas questões com amplo e directo interesse das pessoas. A estas questões espera-se também das classes bem formadas de Cabeceiras, a dianteira do debate das questões do urbanismo, do ambiente, e da protecção do património cultural e histórico.

Foi com esse intuito que eu quis chamar a atenção, quando promovi no meu blogue a eleição das 7 Maravilhas de Cabeceiras de Basto e dos 7 horrores de Cabeceiras de Basto. E não de achincalhar opções pessoais ou políticas.

Verdade seja dita: não me incomodam os prédios ou construções novas na paisagem. Só me incomoda quando estes subtraem e desfiguram edifícios dos centros históricos. (...)

Mas isto [um futuro sustentável] só é possível com assembleias de freguesia e municipais abertas à discussão, com responsabilidade e sem a leviandade dos interesses partidários. E esta passa não só por uma oposição interessada, com ideias e que não esteja concentrada no abate e no achincalhamento pessoal, mas também por uma maioria de suporte ao executivo que seja permeável à opinião, livre e empenhada nos interesses justos dos cidadãos que os elegeram. Cabeceiras de Basto, não precisa de mais salvadores, de fato e gravata, gel ou rímel. O Concelho precisa antes, de uma sociedade civil mais motivada e humorada. (...)

7 comentários:

Anónimo disse...

humor é o que não falta nesta terra, repare: mais de 5000 pobres num concelho com 18000 habitantes e um bruto BMW 530D passeia-se todos os dias entre a mutua e a câmara no minimo 2 a 3 veze dia, a rapaziada abala virada a espanha logo agora que começaram a construir a quinta do mosteiro, em passos a junta que venceu as eleições não pode trabalhar porque o presidente da cãmara não lhes dá a chave da junta, no Vilar de cunhas construiu-se uma escola mas esta nunca abriu por falta de alunos, a casa da urtigueira em vez de ser para turistas e para toirar umas toiras, caminhos e estradas em terra batida de acessos a habitações ainda é mato, e aculmatar a rizota aumentam-se as taxas e os impostos e segundo li hoje num jornal cá da terra já se inventou mais um imposto, se isto não dá para rir ...chorai.

Anónimo disse...

Essa da Casa da Urtigueira servir pra toirar uma toiras, sinceramente não sabia. Mas lá que tem piada tem...

Anónimo disse...

De uma forma geral concordo com o que o senhor disse neste debate. O senhor falou de liberdade das oposiçoes, mas também da liberdade que o poder deve dar às oposiçoes para fazerem propostas e intervirem e contribuirem para resolver os problemas. É desta forma que eu entendo o pensamento que o senhor procurou dizer. Se não for, peço desculpa. Como penso que é, já agora gostaria de deixar como cidadão deste conselho uma preocupação, e que é a falta de democracia e liberdade que se vive nesta terra. E dou dois exemplos: o primeiro tem a ver com a pratica continuada de processar com dinheiros publicos tudo e todos que discordam do senhor Presidente da Camara. Li no jornal obasto, que este mês foram mais 5 processos, a uma dezena de pessoas, se pensarmos que a Comição politica do psd tem pelo menos 7 elementos. Gostava de lhe perguntar se sabe quanto custa estes processos em advogados e custas judisiais ao povo cabeceirence e se o senhor como democrata concorda com estes prosedimentos.
segundo: Dizem que nas reunioes da camara o presidente nao deixa falar os vereadores da oposição porque acabou com o periodo de antes da ordem do dia, ou seja so se pronunciam sobre a ordem de trabalhos que vai ser discutida. Eu pergunto: sendo assim, que é que eles estao lá a fazer? para que foram eleitos? se não podem sequer dizer na reuniao que viram um muro caíso na estrada e que é preciso desimpedir a via? Será isto a Liberdade? Será isto o 25 de Abril? Ouve-se falar muito de movimentos de cidadaos. Eu proponho um em Cabeceiras para democratizar esta terra e dar liberdade às pessoas. Podem-se rir a vontade mas o que se está a passa é muito grave

Anónimo disse...

Esta camara tem de mudar de presidente para o bruto bmw ser vendido e dar o dinheiro aos pobres, depois chamar as centenas de cabeceirenses que estão a ganhar para cima de 2000€ em Espanha, para vir ganhar 750€ a construir a quinta do mosteiro.

Decerto haviam de despedir o presidente da câmara por a escola de vilar de cunhas não ter alunos suficientes para estar aberta, os impostos não podem aumentar nesta presidência, senão o jornal “anti Barreto & publicidade”tá lá pra criticar (eles não aumentariam).

Enfim, riam se á vontade…

PSD! …PSD! …PSD! …

Prás próximas eleições vamos todos votar PSD. (eles é que são…!)

Anónimo disse...

Gand anonimo...


Tens q por aí no fim (irónico), senão os do jornal "o basto" ainda poublicam o teu post no jornal deles...

Tenho dito...

Vítor Pimenta disse...

Caro António, de Outeiro. As prática de que fala, se é como diz, censuro-a porque não vejo como da Democracia semelhantes artifícios.
Mas como não estou, muito por dentro do assunto, alheio-me de comentar, não vá o erário público ser subtraído por coisas do meu atrevimento. :)

Quanto às assembleias municipais, desde já lhe digo que vou tentar assistir a uma, mas do que oiço, de vozes menos comprometidas, é que há coisas de uma total irresponsabilidade por parte da oposição. Mas talvez seja só a letargia... Infelizmente, o nosso modelo autárquico está completamente desfasado da real falta de bom senso dos políticos.

Dario Silva disse...

"Cabeceiras de Basto - Que Futuro?"

Ah?
Isso é alguma piada que eu devia ter entendido e não entendi?

Vou jantar, deve ser da fome...

Dario Silva.