domingo, 21 de setembro de 2008

A Deputada Deslocada

Não duvido que Matilde Sousa Franco seja boa pessoa, mas é peça que não devia, em condições normais, encaixar na zona rosa hemiciclo de São Bento. E nem é preciso ligar o canal Parlamento para notá-lo. Matilde sorri e esboça atenção detrás do par de óculos e pouco mais. Levanta-se atrás dos outros, cumprindo meramente a disciplina de voto em questões de orçamento e leis menores(?) do Estado e não lhe conheço intervenções de relevo na Assembleia.

Só se demarca em matéria de Sociedade: levanta-se com a tal Direita "ultramontana" e senta-se com ela. Foi com a Lei do Divórcio, com a Lei de regulamentação da Interrupção Voluntária da Gravidez e há-de ser, mais uma vez, na tal questão fracturante e chata que só o é porque não segura maiorias.

Por muito que o Partido Socialista se veja em dívida com Sousa Franco, não se pode vender ideologicamente por uma homenagem a título póstumo numa pensão de viuvez, quanto mais não seja pela mensagem que transmite, da provável panóplia de motivos errados com que faz o arranjo das listas para as eleições legislativas.

3 comentários:

Anónimo disse...

En el caso de la Dra. Sousa Franco, "a sua consciencia" manda, amigo.......

Tiago Laranjeiro disse...

Caro amigo,

Estou com o Filomeno. Não podemos confundir consciência com "ultramontanismo", nem sequer sei onde qual é a direita "ultramontana" portuguesa.

Vítor Pimenta disse...

Caro Tiago, a Direita "ultramontana" foi coisa dita da boca de Alberto Martins. Não tenho nada contra a consciência da Dra Sousa Franco, mas é um tipo de consciência que só lhe dá para levantar e sentar, e nestas coisas progressistas devia estar noutro lado do hemiciclo. A culpa no entanto é dos jeitos que se fazem dentro dos partidos e que resultam nestas incongruências ideológicas.