Dos concelhos da região de Basto, há um que aproveitando que se afunila no mesmo vale pobre (o mais pobre da Europa - o do Tâmega) sorve fundos do governo como nenhum outro. São 84% dos 931 773 € do PIDDAC para a Região de Basto, para provavelmente obras de fim de mandato, talvez uns arranjos nos motores e engrenagens das duas ETAR's paradas no concelho, tão paradas que não admira que não haja critérios passíveis de serem cumpridos pelas, já de si, cheirosas águas das praias fluviais. Não que interesse muito por agora, que cai folha e já se devem regelar os tomates se postos a banhar na Ranha ou no Caneiro. Há, graças a Deus e outras pessoas de igual tamanho e omnipresença, piscinas com cloro, quentinhas, para desinfectar o nosso mundo, sujinho lá fora, e limpinho por dentro, quase ao contrário da gente. De qualquer forma é uma ninharia para os pobretanas, tão pobretanas de espírito que qualquer coisinha que venha é bom e é maná, mesmo que não se saiba o que fazer com essas coisinhas: bibliotecas, casas da cultura, casas e mais casas, gabinetes e mais gabinetes, hípicos, hipódromos, hipócritas, hipopótamos, hipocondríacos,... ETAR's! Estradas e mais estradas, viadutos e - quem sabe - oleodutos. Uma coisa é certa, nem esses míseros milhares ,que mal roçam o milhão de euros (o que é um milhão de euros face a 20 mil milhões em prémios de gatunagem a banqueiros e revendedores - garantidos pelo nosso fundo de coesão mental, o orçamento pago pelos contribuintes tão moroso em trabalho que nos custa que caiba todo numa pendisk do tamanho de um corta-unhas?) - onde é que eu ia? ah! - nem esses míseros milhares, que mal roçam o milhão de euros, vão garantir a promessa de construção da via do Tâmega prometida há - quê? - 2o e tal anos... No máximo daria para um troço do Arco até Vila Nune - ali, quem vai pela curva da Mulher Morta e Vale Carvão - ou então para um estudo de impacte ambiental encomendado à própria empresa que fará a empreitada. É aliás, seguir o mesmo protocolo admitido para as barragens que tornarão o Vale do Tâmega um lago Ness mais escuro e cheio de monstros que o escocês. Mas que interessam as estradas se nem dinheiro para andar de carro tem esta gente? Que tal andar de comboio ou maglev, público que sirva sem se importar com prejuízos, como o serviço público deve ser ? - ah pois, a Mondinense e a Transdev, coitadinhas, todas elas "pessoas jurídicas" que não devem ser importunadas só porque os seus interesses até foram bem remendadinhos com a ferroviafobia e também têm elas todo o direito de fazer por carregar bem fundo a pegada ecológica - é, no final de contas, o nosso passeio da fama...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
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1 comentário:
Meu
caro Vitor uma radiografia correcta
da realidade.- É verdadeiramente
assustador que tudo o que dizes
corresponde àquilo que já nos acontece e se poderá agravar dentro de poucos anos
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