sábado, 7 de março de 2009

No Ano de Darwin

Júlio Henriques

Alas abertas para Júlio Henriques, minhoto de nascença, brotado ao mundo no ano da graça de 1838 em Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), que foi seguramente o primeiro evolucionista português assumido, numa altura de maior pecado e apontar de dedo dizer-se que o Homem e o Macaco eram parentes, do que agora dizer-se que dois homens (ou duas mulheres) também têm o direito de se parentar e gostar de macacadas.

Ávido de conhecimento científico, Júlio Henriques não fez por menos. Iniciando os estudos em Direito, curso que no séc. XIX, em boa hora, incluía cadeiras como Botânica, Zoologia ou Mineralogia; termina o Bacharel que lhe deu pernas para arranjar botas e umas modestas bordas. O edifício do futuro Centro Cívico ( nome bem mais pomposo para antiga Casa do Povo) de Arco de Baúlhe foi da sua pertença. No entanto, não satisfeito, junta no currículo uma matrícula em Matemática saltando pouco tempo depois, para Filosofia onde consegue o Grau de Doutor em 30 de Julho de 1865, com a tese "As espécies são mutáveis?". Anos depois, é convidado como lente substituto em várias cadeiras (da Agricultura à Mineralogia) e finalmente torna-se Lente Catedrático de Botânica e Agricultura, cargo onde faz carreira, fundando e aderindo a Sociedades Científicas, cá e lá fora.

A Júlio Henriques está associado o reflorescimento do Jardim Botânico de Coimbra, do qual foi director, o que ladeia a Alameda com o seu nome que finda, ou começa, no aqueduto junto da acrópole universitária. Nem só de ultramontanos vive o Norte.

[mais informação: Biblioteca Digital de Botânica]

Sem comentários: