quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Noite do Burro

Desde pequeno que me arrepia só de ouvir falar, enquanto essa gente de maior tamanho e idade desfia ramos de giesta amarela, arrancados de bruto da planta, para dividir por todas as entradas de casa, portas de viatura e coisas de propriedade: tudo pelo "Burro que vem de noite", sabe-se lá com que intenções anarcosindicalistas ou coisas de esquerda vermelha carregada, porque Cristo já há muito que está morto e ressuscitado, e também é demasiado cedo para motivos de fuga p'ro Egipto ou bur(r)ocracias - daí o termo - em Belém. De criança nem me atrevia a olhar a rua e o as ramadas a pentear o céu por cima da estrada, ou a poeira a fazer figuras com o vento, não me fosse aparecer no meio do bréu o animal medonho em perfil quem sabe a grunhir (ou ou zurrar ou o caralho), com duas assustadoras albardas de cada lado. Medo semelhante, que valha-me deus não há razão nem binómio que dê guarida, só o encontro no tal fenómeno paranormal da troca de prole, leitões e pintos, entre uma porca e uma galinha, de fronte a um assustador portão numa quinta por detrás da capela da Sra. dos Remédios, em noites de lua cheia... Pela criação só se seria por sorte de não apanhar nenhuma dessas gripes da moda.

Sem comentários: