terça-feira, 23 de junho de 2009

Variantes e Variáveis ao Comércio

Ao contrário do que fez capa no "Jornal O Basto", não vejo em que a abertura da Variante veio retirar em trânsito e comércio a Arco de Baúhe. Pelo contrário, o odre de 22,2 milhões de euros, não retirou os camiões de madeira, autocarros e camionetas, taxis e carros em segunda fila que continuam a fazer a praxe dos dias e horas de ponta.

Mas, se a queixa faz algum sentido na cabeça de alguns comerciantes, esta encontrará mais razão para as moscas na extrema falta de qualidade, imaginação e na tacanharia das mesmas mentes brilhantes. O que se nota é em grande parte o resultado de uma quebra que se vem registando desde há anos para cá. Tanto é que a Rua de Arco de Baúlhe - espaço que seria priveligiado para um comércio atractivo e de valor acrescentado, em qualquer comunidade com olho para o negócio - foi abandonada por mercê da mentalidade de "vendedor de borda de estrada" que tanto faz paradigma no Arco e com tão fracos resultados.

O sector do comércio, importantíssimo para o ego e vida da vila arcoense, tem de ser repensado como um todo e à parte da Associação Comercial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto. Já o disse antes, mas é importante a criação de uma Câmara de Comércio, que associe todos os empresários do sector de Arco de Baúlhe e freguesias afluentes, que faça lobby mas que sobretudo pondere estratégias, debata ideias novas e estabeleça objectivos e iniciativas que beneficiem e dêem fôlego ao comércio arcoense. Ou isso, ou resta o caminho sofrível da mediocridade.

13 comentários:

Dario Silva disse...

Para variar, mais do mesmo....

Anónimo disse...

essa de " mentalidade de vendedor de borda de estrada" é brilhante.

Paulo Vieira disse...

No século XVIII Marquês do Pombal, esse grande português mas não o melhor português de sempre segundo a RTP, criou as Aulas de Comércio a primeira escola técnica da Europa que modernizou a actividade mercantil/industrial de Portugal naquela altura. Talvez um olhar para a história fosse muito útil para ajudar os empresários de hoje a enfrentar as dificuldades concorrências venham elas de concorrentes directos, das grandes superfícies ou de variantes rodoviárias.
Estou certo que uma estratégia de diferenciação apostando num serviço personalizado de encontro ás necessidades dos consumidores tanto ao nível dos produtos e serviços como dos próprios horários de funcionamento, seria uma estratégia vencedora se fosse articulada com uma verdadeira aposta na formação, mas formação séria...

Eduardo disse...

Concordo com tudo o que foi dito e o comércio tradicional terá que se adaptar aos novos tempos. É estranho que estejamos em Cabeceiras cercados por médias superfícies comerciais e as pessoas do concelho, se quiserem comprar mais barato tenham que se deslocar a Fafe ou Guimarães às médias superfícies. O dinheiro produzido cá, está a ser injectado pelos residentes fora do concelho, por força de um "talibanismo" reinante nos corredores do Poder no Mosteiro em Cabeceiras (entenda-se Presidente da Câmara) e do Lobby de alguns comerciantes locais e da própria Associação Empresarial de Fafe e Cabeceiras, para quem médias superfícies no concelho de Cabeceiras, só com comerciantes do concelho... Ora bolas!
Agora relativamente a esta questão do Arco, é natural que haja preocupação e estamos a falar de dois problemas distintos. A execução de circulares e variantes são mt importantes para escoar o trânsito, mas podem também "escoar" as vilas de pessoas e de carros, se essas mesmas vilas se situam em concelhos onde não existe qualquer estratégia de dinamização económica, de promoção do potencial local e onde as taxas municipais são faraónicas comparadas com outros municípios e onde, finalmente, os apoios para a criação e fixação de empresas são praticamente "invisíveis".

Carlos Leite disse...

Boa referencia, acho que este tema é muito pertinente para um debate sério.
O comercio tradicional tem-se deixado embalar num movimento de inercia que agora pelo peso excessivo desta crise ameaça bloqueá-lo. O Arco, no meu entender, vem perdendo peso a nivel de comercio, as casas "centenárias" que lhes atribuiam alguma referencia, não se souberam reinventar em devida altura. As decisoes politicas, não tem ajudado nada, acho que urge pensar numa carta de comercio...
Falta tambem humanizar o espaço publico Arcoense...

Dario Silva disse...

"as casas "centenárias" que lhes atribuiam alguma referencia, não se souberam reinventar em devida altura."

Ou seja, 23 anos de subsídios europeus produziram resultado ZERO no Arco e Cabeceiras?
As Terras de Basto estão agora mais à frente ou mais atrás do que em 1986?
E há responsáveis pelo sucesso? Então parabéns aos democratas!

Anónimo disse...

Parabens pela frontalidade Sr, Vitor Pimenta.
É de Homens assim que a sociedade precisa, criticas construtivas nunca fizeram mal a ninguém...

alberto foucinhas disse...

caros amigalhassos eo bou muntas beses ó arco e tamãe ma demira das loinjas dus olibeiras qe num se mudernizaro e agora inte mete dó la ire aqi qe ningãe nos oube ele parece qe us paterões antigos so pãesabo nu dimheiro e num simtreçabo do resto e muntos foro ó xarco

Anónimo disse...

Não há duvidas Sr. Dário, Terras de Basto, principalmente Cabeceiras estava melhor em 1986!!!
Não há dúvidas, tinha-mos melhores acessos, uma Praça mais bonita, espaços de lazer, Centros de Dia, um luxo de Hospital, tribunal nem se fala...etc.etc.etc.

Cumprimentos

trovoadas disse...

De certeza que o Dario nunca veio a Cabeceiras em 86 nem tão pouco em 2009.Deve ser mais um antibarreto cego ou com oculos de mula!

Vítor Pimenta disse...

Caro trovoadas e anónimo anterior. A qualidade, frontalidade e a coragem dos vossos comentários, sobretudo no que vieram acrescentar, é tudo menos "obra" que se possa gabar a algum autarca. Terá de se ir a 66,para arranjar piores amostras. Boa noite e boa sorte.

Anónimo disse...

Caro Vitor, no meu comentário (anonimo 16.48) não se fala em autarca, deve estar a confundir-me com alguem... falo sim nas diferenças desde 1986 a esta parte; percebeu?

Cumprimentos

Vítor Pimenta disse...

Percebi. Peço desculpa pela confusão, mas anónimos - por defeito - pode ser o mesmo ou muitos.

De qualquer forma, acrescento que as tais diferenças estruturais são inerentes aos fundos comunitários. Acredito até que, após a reforma de Guterres no que toca ao financiamento das autarquias, qualquer presidente de câmara com dois dedos de testa poderia fazer igual obra, ou coisa que se assemelhasse, se calhar melhor respeitando ou auscultando abertamente a opinião da sociedade civil. Não aconteceu. Neste sentido, a verdade que o Dario refere é que, apesar da melhoria das infraestruturas, o que se assistiu foi ao estabelecimento de um tipo de economia que não é adaptável em situações adversas. Não houve uma evolução da substância crítica na comunidade, nem uma cultura de livre arbítrio, que tanto faz falta à criatividade e à forma como se dá a volta numa situação de crise. O que se vê de momento é antes uma mentalidade tolhida, subsidio e politico dependente, com delírios de sebastianismo e completamente subjugada na fé e devoção a santinhos milagreiros, padroeiros de elefantes brancos e viadutos.