sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Chegar ao topo da carreira?

8 comentários:

Joaquim Ferreira disse...

Queriam avaliar os professores pelos resultados dos alunos... Mas, esqueceram-se que Os Alunos Não São Tijolos! . E finalmente, esperemos para ver quais são os verdadeiros contornos do acordo. O que fica na história é que, esta é a primeira Ministra que leva a FENPROF a assinar um acordo. Essa é que é essa. Por isso, se todos os sindicatos o assinam, só pode ser um acordo que serve a Educação, e, logicamente, que vem trazer um pouco de PAZ às escolas e aos professores. Nós merecíamos. Lutámos muito. Não fomos ouvidos. Mas, como o nosso teclado ainda se não rompeu. E no blog Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! a luta foi cerrada, sem tréguas, sobretudo contra todos os que queriam lançar areia para os olhos dos portugueses. Os professores "uniram-se" em torno de uma causa comum: a defesa da Escola Pública que Maria de Lurdes Rodrigues tentou destruir, desqualificar, descaracterizar. Mas esta senhora teve um mérito próprio de quem é incompetente para o cargo que conseguiu por nomeação e não por competência como o lugar de qualquer professor! Porém, em menos de 3 meses, Isabel Alçada conseguiu o que a "Milú" e seus correlegionários não foram capazes em 4 anos! Depois querem premiar a excelência!? Quanto a Isabel Alçada ficará para a história pelo mérito que teve em ter levado a Fenprof a assinar, pela primeira vez, um acordo com o Ministério! Parabéns à Ministra por isso. Se não fosse assim, ainda hoje bom para a Escola e para as condições de trabalho, os alunos seriam os primeiros prejudicados. Aliás, de outro modo, a ministra teria, seguramente, a oposição dos sindicatos.

Unknown disse...

Caro Ferreira

Grande gosto em ver-te por estes lados, a opinar, como sempre, com correcção.

Abraço,
Mário Leite

Catarina Lopes disse...

"Basta esperar sentado"?? Não acho que a frase tenha sido muito bem escolhida... A única vez que fui avaliada tive "bom", o que significaria que se assim continuasse nunca chegaria ao topo da carreira... E olha que não estive "sentada"!! Conheço quem esteja a trabalhar há mais de 8 anos sempre com horário completo e ainda nem tenha conseguido entrar para os quadros... Progressão na carreira? Nem sabem o que isso é... (em qualquer empresa seriam obrigados a entrar passado 3 ou 4 anos... não sei bem) Até percebo o que queres dizer, mas detestei a frase!!

Vítor Pimenta disse...

Catarina.

Eu dificilmente hei-de chegar ao topo da minha carreira, está reservado aos melhores. E sinceramente não faço questão. Acho esta exigência pouco dignificante para a classe dos professores, além de que não vejo ali outro motivo que não a remuneração.

Catarina Lopes disse...

O topo da tua carreira não são 2 mil euros... Mas acho que não vale a pena entrarmos por ai:)
E claro que o principal motivo é a remuneração!! Se me dissessem que iria ganhar 1000 euros a vida toda teria pensado duas vezes antes de entrar no curso que entrei... Ou acrditas que o teu curso é tão concorrido porque todos querem salvar a vida de todos:P

Sabes que mais? Estou farta de discutir a avaliação dos professores!!

Eduardo disse...

O que eu acho é que com este acordo, o Ministério da Educação vai encaixar muito dinheiro e ao mesmo tempo pacifica as escolas e o ensino. Como professor, mesmo assim não acho o acordo muito feliz. É certo que fica garantido que os professores com bom, podem chegar ao topo da carreira. Mas a realidade demonstra, pelo menos no meu caso, que com o tempo de serviço que tenho, se lá chegar, chegarei 2 anos antes de me reformar, ou seja, aos 63 anos. Por outro lado a manutenção de quotas para muito bom e excelente e a possibilidade destes progredirem mais depressa é outro factor discutível. Pretende-se premiar o mérito, estou de acordo. Mas a realidade da última avaliação 2007/2009 veio demonstrar que as melhores notas, nunca vão para os mais competentes, vão isso sim para os amigos do Director, figura que na atribuição da nota tem um peso de 50%. No meu caso, tive nota de muito bom, 8 valores, na escala de zero a dez, pedi aulas assistidas e preparei-as e planifiquei-as executando-as, mas foi-me explicado que a minha nota final seria de Bom, porque não havia quota para o muito bom.Está fácil de explicar. Não houve quota para mim, mas houve para certos colegas amigos do Director, alguns deles não trabalharam uma terça parte do que eu trabalhei em termos de dinamização de iniciativas extra-curriculares.E isto passou-se com milhares de colegas a nível nacional. Por outro lado, acho absolutamente extraordinário que a Maria de Lurdes tenha parido um modelo de avaliação que permitiu que por exemplo na minha escola, o Director que foi eleito em Julho de 2009 e entrou ao serviço nesse mesmo mês, tenha avaliado todos os professores da escola, no período 2007/2009, sem conhecer absolutamente nada do trabalho que foi desenvolvido durante dois anos por esses mesmo colegas, pela razão que ele só entrou ao serviço em Julho de 2009. Como é óbvio na minha escola houve injustiças e autênticos "roubos de catedral" nas avaliações atribuídas. Daí eu pensar que premiar o mérito e a excelência nas escolas não passa de conversa fiada. Quem não criar ondas e cair nas boas graças do Director Executivo, em vez de chegar ao topo aos 63 anos, poderá chegar dez anos mais cedo, coleccionando excelentes e muito bons, uns atrás dos outros. Eu sei que não há modelos perfeitos, mas será este o modelo que melhor garantirá a preservação e a melhoria da escola pública?

paulo pinto disse...

Pois, a imagem do «esperar sentado» não é muito feliz... E as exigências sobre as escolas e sobre os professores, cada um deles (de nós, pois também sou um), aumentaram imenso nos últimos tempos, assim como o tempo que na prática se dedica ao trabalho. Não discuto a justeza ou necessidade dessas exigências, mas constato um facto que me pesa na saúde, na vida familiar e de cada vez que me olho ao espelho.
Em primeiro lugar, acho eu, há que tentar compreender a posição do outro. Senão, não podemos esperar que se esforcem por entender a nossa. Isso vale para mim, para ti, para qualquer pessoa.

Vítor Pimenta disse...

Eu provavelmente não me fiz entender. Eu percebo perfeitamente o que é o fato que profissões como médico ou professor levam para casa. Sim, eu sei que as preocupações e as responsabilidades não ficam penduradas no cacifo.

Aliás, discordo da burocratização da avaliação e das suas novelas dostoievskyanas.

Acho que uma classe profissional tem o dever de formar da melhor maneira os seus membros, sem facilitismo e sensibilizando para um sentido de dever perante a sociedade.

Tenho uma visão positiva e positivista do que poderia ser a autonomia das classes profissionais e da sua capacidade de gerir por si o sistema de que fazem parte: http://avenidacentral.blogspot.com/2008/11/omelete-e-os-ovos-no-estar-de-boa-cabea.html#comments