O Silêncio dos Culpados

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Presta-se a confirmar os anseios que vieram com o encerramento temporário das Linhas do Tâmega e Corgo em Março do ano passado. As obras prometidas por Ana Paula Vitorino, secretária de estado dos transportes de então e atirada, nesta legislatura, para os anéis traseiros da bancada parlamentar socialista, estão agora a tornar-se num processo dolente de desmantelamento, no compactuo silencioso de autarcas e deputados eleitos nos círculos da região. O mais certo, tomando em conta as intenções que chegam de dentro da C.P., é que a Linha do Tâmega e a Linha do Corgo morram de vez e por inteiras. O que nem era novidade nenhuma, dado o histórico de mentiras que rodeiam estas suspensões temporárias.

De resto, os males de uma colonização do interior, nunca vêm sós, nem por acaso. Com a mais que provável entrada da EDP (e Iberdrola) no abastecimento do mercado emergente dos carros eléctricos e a Auto-Estrada Transmontana a concorrer com a A7, é natural que as concecionárias se movam contra qualquer tentativa de diversificação das ofertas de transporte, por mor de maximizar os lucros. O que não é natural é que num Estado Democrático, os representantes eleitos façam vista grossa a esta trapaça, não informando as populações interessadas, nem impedindo os intentos monopolistas de um sem número de gestores que se vão movendo entre os corredores do poder político e económico.