quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Teta do Agreste

A novela do Orçamento 2011 devia ser a nomeada para os Grammy's, ao invés daquela produção da TVI. Está óbvio que o orçamento é mau, é recessivo, é para mercado ver. Mas duvido que o PSD encontre outra solução, que não a liberalização total dos serviços do Estado. E isto, sem a certeza de que a dívida fique por soldar e desassossegue o bolso aos contribuintes. Mesmo assim, importa fazer o espectáculo a bem da agenda de poder.

A vinda do FMI, ainda que possa limpar muitos dos constrangimentos com os aparelhos partidários, que impedem uma verdadeira reforma na eficiência da máquina do Estado, há-de ser sempre uma má notícia para a classe média. O FMI gosta de economias à americana, com o sector público em fase minguante, nos serviços essenciais à população geral. Boa notícia, antes, para o PSD de Passos Coelho - e se calhar para o PS-peguilado (piada médica) com os seus grandes caudilhos e boys já bem colocados no sector privado expectante. Os do FMI hão-de adiantar serviço na desmontagem do por-eles-abominado Estado Social.

5 comentários:

Eduardo disse...

Para se avaliar a desgraça que espera este país do Eng. Sócrates, ficámos ontem a saber que há uma bomba relógio que irá estourar a partir de 2014 (se conseguirmos lá chegar) e nos dez anos seguintes. Essa bomba relógio chama-se Parcerias Público- Privadas, onde se incluem as barragens dos Mexias e dos Pinhos e certas auto-estradas, dos Jorges Coelhos. Então é assim: De compromissos já assumidos pelo Estado Português com essa ramboiada, temos que a partir de 2014 (já só faltam 4 anos) o Estado pagará em média por ano, 2 mil milhões de euros até 2024, pelas ditas parcerias. Para se ter uma ideia do que são dois mil milhões de euros, é precisamente metade do valor que o Estado quer reduzir ao deficit para 2011 à custa da redução dos salários e do ataque aos pobres e à classe média) e que são 4 mil milhões de euros. Se considerarmos que 70% do orçamento de estado é para encargos com salários e despesas com Educação, Saúde, Forças de Segurança, etc, etc, então facilmente concluiremos que a gestão deste país a partir de 2014 será insustentável. O país não será gerível e não é preciso ser economista para o perceber à distância. Estamos a caminhar alegremente para o abismo. E o pior é que PS e PSD ainda se dão ao luxo de brincar com os mercados, pois não chegaram a acordo por uma diferença de 200 milhões de euros, segundo se diz para aí. Digo e reafirmo. Não temos políticos com competência para nos governar. Venha o FMI e já, antes que seja tarde!

Anónimo disse...

Orçamento precisa-se... http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/ajustedirecto/detail.aspx?idajustedirecto=159900

Anónimo disse...

Quem tem medo do FMI?
Sabiam que até podemos "sobreviver" sem orçamento?
Há quem consiga.
Para o português comum (deixem-me dizer assim), às tantas, era preferível o chumbo a determinados combinachos que cheiram a esturro e a outras coisas. Claro que para a grande finança (onde incluo os grupos económicos) a coisa era capaz de ficar negra.

Anónimo disse...

Eu tenho mais medo do socrates do que do FMI

Anónimo disse...

Já somos dois (milhões?)