terça-feira, 11 de janeiro de 2011

copy-paste | Tão Simples

O que seria de nós sem os comentários esclarecidos nos sites da imprensa? O homicídio…não, homicídio tem uma carga demasiado negativa, o acto de justiça que se abateu sobre Carlos Castro é de uma transparência cristalina. A “vítima” era uma bichona, um velho nojento, praticamente um pedófilo, que se aproveitou da inocência depilada de um rapazinho (tão bonito que ele é, e gosta de mulheres, tinha resmas delas), uma ingénua criatura de Cantanhede (em Cantanhede não há paneleiros, ora essa), um anjinho de Deus que vendeu a alma ao Diabo em forma de um sexagenário gordo e feio. O porco seduziu a pobre criança cujo único pecado era ter um sonho e lá foi ela atrás do sonho agarrada às calças do maricas. Estava mesmo a pedi-las. Estão todos a pedi-las. Andam para aí a meter-se com rapazinhos exemplares que até praticam desporto e sorriem aos concidadãos e estão à espera do quê? E nem se sabe se não foi a “vítima” a provocar a situação ou até mesmo a pedir para que o jovem lhe fizesse aquelas coisas, porque homens daqueles são uns pervertidos. Quem nos garante que a “vítima” não tentou coagir o rapazinho, que não tentou obrigá-lo a fazer coisas que este não queria e que o rapazinho, ferido no seu orgulho heterossexual, apenas se defendeu, espancando o verdadeiro agressor durante uma hora, enfiando-lhe um saca-rolhas no olho e cortando-lhe os tomates? Seria muito diferente se em vez de um paneleiro velho, estivéssemos a falar de um septuagenário heterossexual que andasse com uma “dançarina” brasileira (puta, claro está, porque estas são muito sabidas e querem é subir na vida porque lá na terra delas passam fome). Já se sabe que estas atrevidas só andam atrás deles pelo dinheiro e que eles aproveitam (quem é que, podendo, não aproveitaria?) para ferrar o dente em carne fresca, e fazem eles muito bem, provando a macheza do garanhão lusitano que nem no leito de morte perde a tusa. É tudo tão simples: a culpa é sempre dos maricas e das putas.
bruno vieira amaral, in 'a douta ignorância

e assim se expõe, de uma cajadada, a triste mentalidade ultramontana deste portugalzinho.

7 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom. viva os paneleiros!!!

Marco Gomes disse...

Viva!

Nuno Castelo-Branco disse...

Acertou em cheio, é mesmo isso. Os comentários de leitores da imprensa online, dizem tudo. Apesar de computadores, de "cursos universitários" e e outras engenharias sociais, do que esta gente gosta, é de potros, pelourinhos e autos-da-fé.

Almada Negreiros disse...

As manias de aniquilar a diferença na nossa sociedade são gritantes, e ao contrario do previsto a doença de quem condena essa mesma diferença tende a ganhar mais expressão.
Na história este tipo de atitude foi sempre conservada, primeiro com os escravos depois com os judeus em seguida com os negros e agora com os homossexuais, e isto vai ser uma mancha pela qual os nossos filhos e netos terão vergonha do seu passado.
O Renato senhor idealizado por uma sociedade de aparências seria perdoado por um julgamento popular, já o Castro no papel de homicida seria apedrejado e cortado ás postas.
A voz do povo nem sempre é a voz de Deus, que o diga a nossa história vergonhosa.

Almada Negreiros

Anónimo disse...

São posts como este, escrito por alguem com inteligência, que faz sentir ainda, que a vida é para ser vivida independentemente da orientação sexual.
A Carlos Castro, impediram-no de viver...enfim, somos uns "tristes"

Anónimo disse...

O problema deste pais, desta crise é que temos um povo alcoolico que vive com o preconceito de tudo que seja diferente...

Anónimo disse...

Será que são assim tantos os alcoólicos?
Por acaso nunca tive essa percepção, mas será quem sou eu para o duvidar.