quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um passo atrás para dar dois passos à frente

Um artigo de opinião de Warren Buffet, especulador bolsista de profissão e o terceiro homem mais rico do planeta, no New York Times, intitulado de "Deixem de mimar os ricos" (tradução livre), desencadeou um movimento, um pouco estranho, digamos, de auto-sacrifício dos mais ricos de França, Itália e Espanha. Aumentar a pressão fiscal sobre as grandes fortunas é um objectivo da esquerda, em particular da portuguesa, há vários anos. Porém, não são os radicais de esquerda (estes malucos que nada percebem de economia e finanças) que estão a "puxar" o mediatismo deste assunto. São, teoricamente, os monetariamente mais prejudicados, os "super ricos" os incitadores mediáticos. Se especularmos um pouco (nas ideias e nas palavras) este movimento de "auto-sacrifício" poder-se-á dever à tentativa de implementar uma estratégia de curto/médio prazo com vista o apaziguamento da opinião pública e de futuros rendimentos. Ao serem taxados hoje, terão mais legitimidade em serem (mais)beneficiados amanhã. Ao contribuírem um pouco mais para o esforço colossal de balancear as contas públicas, poderão vilipendiá-las muito mais no futuro (que contra-partidas quererão?). Desconfio muito da intenção dos maiores capitalistas do mundo em cederem o seu capital em prol de algo que não seja o seu ganho particular ou de classe. Não é uma embirração particular, é a história capitalista dos últimos séculos que me põe a questionar.

9 comentários:

Catarina disse...

Até podes ter razão, mas então caímos num ciclo vicioso... São presos por ter cão e por não ter... Há muitos ricos que são contra este imposto. Em que ficamos??
Provavelmente sou muito inocente... :P

Anónimo disse...

Mais vale um passo a trás e dois á frente doque dois a trás e um á frente não???

Anónimo disse...

Sim mas... depende da direcção.

Marco Gomes disse...

Eu apoio um maior agravamento fiscal sobre os "ricos" (em concreto, sobre os rendimentos + património). No entanto, ninguém se oferece para pagar mais impostos, muito menos os mais ricos dos ricos, sem querer algo em troca. Por exemplo, em França, estão a tentar compreender quais as contrapartidas prometidas para que o imposto extra sobre os ricos fosse aprovado. Acho muito estranho esta situação. Se realmente quisessem ajudar o "Mundo", renegariam ao lucro fácil, abraçariam uma nova forma de fazer negócios, ou seja, praticariam uma economia ambiental e economicamente sustentável, pagariam salários justos, eram solidários (não confundir com caridade pf), respeitavam as leis, deixariam de negociar com offshores etc.

Anónimo disse...

Mas ajudar é o que ninguém quer. vejamos o lar da arca arranja empregos mas os empregados não devem precisar de ganhar dinheiro pois vão depressa embora só porque não aceitam trabalhar mais um tempinho...

Anónimo disse...

ou não aceitam trabalhar para a ARCA e ainda por cima, num lar?para o trabalho de um lar é necessário mais do que conhecimento e cunha.é necessário paixão e vocação para tal

Anónimo disse...

Mas na arca não é tudo voluntário?

Anónimo disse...

Deveria ser mas... e o dinheirão que os velhinhos dão por mês para não falar daquilo que dão para lá entrar (casinhas, gratificações, e outros)claro para a família em questão se orientar. já lá estão quase todos.

Anónimo disse...

á voluntários na arca que ganham mas sempre os ouve, agora um deles foi para voluntário no desportivo mas também ganha, parece que tanto como o treinador 50 contos por mês. Nada mau. os do lar trabalham mais horas sem ganhar mas este não dá milho a pitos.