Carinho europeu

Na semana passada um comissário europeu, de nome Gunther Oettinger, apregoou a ideia de pôr a meia haste as bandeiras dos países humilhados "resgatados" nos edifícios da União Europeu. Em outro tempo, a decência nas declarações públicas dos responsáveis europeus era imperiosa. Hoje, as declarações públicas tornaram-se num canal de transmissão de premeditadas "bocas" e fontes de desassossego político e financeiro. Até ao momento não li, vi e muito menos ouvi a nossa ilustre direita governativa (oportunisticamente tão zelosa do respeito histórico, da Pátria e dos símbolos nacionais) a insurgirem-se contra esta ou com qualquer outra declaração deste tipo. Neste caso, a vassalagem paga-se com silêncio. O que vale é que ainda há alguns insuspeitos políticos da nossa praça que exigem aquilo que é racional e urgente: o retratamento ou a demissão deste chauvinista comissário.