terça-feira, 26 de junho de 2012

os justos pelos pecadores

Não me quero atravessar no nobre princípio da presunção de inocência antes da culpa formada, nem por aí talhar o carácter e muito menos a competência clínica dos colegas em causa. Mas este tipo de casos dilatam e cimentam a ideia distorcida que a opinião pública geral tem dos médicos e da sua relação com a indústria farmacêutica. Pior, abala todo o esforço investido, por uma justa e esmagadora maioria, na defesa da dignidade da sua carreira e do Serviço Nacional de Saúde, universal e gratuito. (Aliás, o único lugar onde penso que a carreira faz sentido). Esforço de luta esse que se traduz na greve geral dos médicos nos próximos dias 11 e 12 de julho, fragilizada neste embaraço, sob o rasgar de um enorme sorriso no ministro da tutela.

3 comentários:

Paulo Pinto disse...

A ética faz falta em todas as profissões, mas entre os médicos é um imperativo. É verdade também que «a ocasião faz o ladrão» e há profissões em que uma pessoa pouco escrupulosa tem amplas oportunidades de enriquecer ilicitamente ou retirar vantagens indevidas, se tiver falta de sentido ético e quiser arriscar. Para acusar é preciso provas, e vamos ver se as há. Se for verdade, é vergonhoso e tem que haver consequências. Oxalá seja tudo um equívoco, pois nem a classe médica nem esta terra nem ninguém tem a ganhar com esta história.

Anónimo disse...

Vinha eu..., todo lampeiro, a entrar neste blog,com pedras nos bolsos,a fisga em riste, enfim, preparado p mandar as m pedritas às montras cá do burgo mas, dei meia volta e fui largar as pedras ali fora, porq me rendi à evidência da educação e correcção do comentário do ExmºSr.Paulo Pinto, independentemente d m identificar ou não c o q diz e/ou c o tema em apreço. E, regressei aqui ao espaço, não p comentar mas,apenas p repetir a mim próprio,q, (segundo os entendidos na matéria)a educação não se pratica em part-time, deve praticar-se aqui, agora e sempre, mesmo sob o anonimato, conforme as mais elementares regras de educação e da convivencialidade.
De modo q, com licença, até à próxima.
Anónimo (Provisóriamente).

Anónimo disse...

A ideia distorcida que as pessoas têm é a ideia que alguns fazem questão de demonstrar.Se uns são médicos por vocação(como se avalia isso?) outros são médicos porque têm nota para tal..tal e qual outros seguem o ensino ou as engenharias. E para o atingirem, para muitos, isso significa abdicar de uma completa infancia e passar os dias centrado, concentrado e isolado, para não se distrair!

Estatuto, posição e ordenado de médico deveriam ter (tambéms) todos aqueles que todos os dias são voluntários nos bombeiros e cruz vermelha, obviamente depois de um exigente ensino superior!!!A nota de secundário não deveria ser suficiente para atestar (nem atesta) a capacidade de exercer a profissão de médico!Um ano de voluntariado exigente, depois do percurso de secundário, deveria permitir aos avaliadores e avaliandos perceber se têm perfil cognitivo, emocional e humano para servir quem mais precisa!

Se assim fosse, não teríamos casos destes!Infelizmente o nosso governo continua a preferir importar médicos da conchichina e mandar milhares de cidadãos nacionais, todos os anos, aprender medicina em universidades privadas, longe da família, porque cá não podem!

Quanto à greve, só e só se servirem de exemplo para toda as profissões de saúde vale a pena!Se for para serem a exceção, como sempre têm querido ser, espero que não dê em nada!

Cumprimentos a todos.
Gomes da Silva