quinta-feira, 5 de julho de 2012

O bom-senso começa a emergir

Deputado do PSD defende que "troika" devia dar mais dois anos a Portugal 

A declaração de Miguel Frasquilho é um bom sinal. Significa que o fundamentalismo económico do governo poderá refrear, isto é, o governo poderá atender à realidade e ajustar as suas políticas recessivas. Isto implicará, como é óbvio, uma renegociação do memorando (principalmente no que se concerne aos prazos para o "ajuste" orçamental) e, provavelmente, um novo empréstimo. Os mais recentes resultados da execução orçamental confirmam com a crueza dos números o que os "radicais" do espectro político português (BE e PCP/Verdes) sempre afirmaram: a "austeridade" leva a um aumento da dívida pública, a mais desemprego e destrói a economia. Estamos, de facto, a caminhar para um "abismo económico", regulamentados por um memorando economicamente castrator e destrutivo. Um memorando que deve ser imperiosamente renegociado. São os prazos, os juros usurários, e as condições deste memorando que estrangulam as contas portuguesas. Mas renogociar o memorando não chegará para atingir o "nirvana" financeiro. A dívida pública é opaca e tem de ser reestruturada e é, virtualmente, impagável. Em 2015 e 2016 os portugueses terão que pagar cerca de 19 mil milhões de euros em juros, ou seja, mais 11 mil milhões de euros do que em 2012. Estas previsões são catastróficas.  

2 comentários:

Paulo Pinto disse...

Inevitavelmente até os mais obstinados defensores portugueses do memorando acabarão, talvez muito tarde, por reconhecer a evidência (como já acontece entre os Gregos). O pior é que entre os nossos parceiros europeus e demais partes envolvidas na troika a evidência pode continuar a ser negada. Convencê-los teria que ser uma prioridade, porque os Hollandes não vão aparecer por artes mágicas em todo o lado.

Marco Gomes disse...

A realidade (os números e o estado sócio-economico das pessoas) desmonta todo o suporte argumentativo da "política de austeridade" implementada por este governo. Não há argumentos que provam a utilidade desta política. Um bom ponto de partida alternativo seria fazer tudo o que é inversamente proporcional a esta "política de austeridade". Claro, com alguns "retoques".