sexta-feira, 12 de outubro de 2012

fora de tempo

A atribuição do Nobel da Paz à União Europeia tem tanto de justo como de irónico, não pelo inegável papel que teve, mas pela essência que perdeu nos últimos anos. Talvez faça acordar as lideranças para as responsabilidades, porque, por este caminho, a instituição arrisca tornar-se um instrumento de manutenção de paz tão eficaz como a Sociedade das Nações do Woodrow Wilson. 

2 comentários:

Paulo Pinto disse...

Há dias passou no canal Odisseia um documentário sobre um indivíduo na Costa do Marfim que dirige uma pequena associação que cuida de doentes mentais e anda pelas aldeias a libertá-los das crueldades que lhes fazem por causa de superstições. Exemplos destes há às dúzias pelo mundo fora. Há associações que se dedicam a juntar e a fazer intercâmbio entre jovens israelitas e palestinianos. Na Internet corre um movimento com slogans como Israel loves Iran e Iran loves Israel (não é ironia, é mesmo a sério) onde cibernautas israelitas, iranianos e outros trocam mensagens de paz e de diálogo, ao contrário da retórica belicista dos respectivos chefes...
Seria muito melhor aplicado o Nobel da Paz num qualquer exemplo destes do que entregá-lo a Barack Obama (que não tem coragem de refrear a lógica militarista do Pentágono) ou à União Europeia.

Anónimo disse...

Se calhar antigamente estes prémios até eram entregues a quem os mereciam, sabendo nós que nunca se agrada a todos. Hoje em dia estas questões são estudadas ao milimetro e as entregas têm dado origem a discussões, pertinentes ou não, mas a impressão que fica é que existe quase sempre uma segunda intenção na atribuição destes galardões. Bem ou mal, este tipo de análise é sempre questionável. Lá está, tal como a questão do prémio, como se dizia.