quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Notas de Invernia

Enquanto a Coreia do Norte ensaia um novo teste nuclear, vou olhando a chuva que alaga um país sem escoamento, onde os passeios se vão cobrindo de um castanho barrento e de um tapete de folhas mortas, e andar torna-se tão difícil como andar de carro, e quase tão caro. O governo do País disfarça-se numa ridícula surdez com tanta barulheira desmedida, que o ciclo vicioso de teimosia, de birras altas e tampões de ouvidos se faz notar agora em abalos na estrutura, na normalidade, ou numa anormalidade de muitos anos. O optimismo sobe com os números e com outros números se emburacam as irregulares planícies de entusiasmo. Cresce a míngua entretanto com os aumentos de preços, o disparate dispesista da nomenclatura autárquica e regional, e pagam os utentes em luz elétrica e direitos de passagem. O lixo, esse, amontoa-se na humidade. Não arde nada pelo menos. O verde escuro dos montes, ou do que resta deles, mantém a virgindade à distância.

2 comentários:

Anónimo disse...

Esse mesmo país sem escoamento de águas das chuvas é o mesmo país que pretende que os seus cidadãos "paguem" (ou comparticipem) a estadia nos hospitais com a desculpa de querer "moderar" os internamentos. Julgam os governantes desse país que os seus cidadaos ficam internados nos hospitais porque gostam da comida.
Esse país é o mesmo em que os estudantes do ensino superior veêm quaise todos os anos as suas propinas aumentarem estando já claramente hoje a pagar para se formarem sem que as universidades e institutos consigam oferecer a um acrescimo nas propinas um acrescimo na qualidade do ensino ministradio. Esquecem-se os governantes desse país na altura de elaborar a proposta de orçamento que ao formarem estudantes estão a fazer investimento e não despesa corrente.
Perdoa-me o desabafo mas estou a ficar farto, todos os dias aumenta qualquer coisa nesse país, ontem a electricidade, hoje o imposto municipal sobre os veículos, em janeiro já anunciado o imposto sobre os produtos petroliferos... Esquecem-se os governantes DESTE PAÍS que nós portugueses somos o país da União Europeia com a maios carga fiscal.
Enfim... Podemos sempre emigrar...

Anónimo disse...

Concordo em absoluto.

E só queria acrescentar uma coisa que aumenta todos os dias e é o verdadeiro cancro deste país:
corrupção.

Também queria dizer que a evolução deste país passa garantidamente pela energia nuclear. Os espanhois têm várias centrais nucleares e nós não temos nenhuma. É inevitável, mas os senhores que mandam congelam aquilo que seria uma excelente solução para muitos dos problemas do país.

Esses senhores preferem desacreditar, desautorizar e humilhar aqueles que têm na mão o futuro de qualquer nação:
os professores.

Assim coxeamos no sec XXI.