O recente ataque tresloucado e desesperado de um aluno, com evidentes desequilíbrios mentais, a um professor da Escola de Direito da Universidade do Minho é a amostra atabalhoada da indefinição de Bolonha: cursos reduzidos e reestruturados, com evidentes e maiores dificuldades e os mesmos problemas de sempre.
Verdade é que os alunos não foram bem informados e o debate foi simplesmente ignorado. Aliás, como qualquer reforma que se faça neste país, não se vá a discussão prolongar e se tornar demasiado aborrecida e obrigar a que não se faça nada, como quem birra a localização e a construção do Aeorporto - que se fosse na Ota ninguém queria mas, se for em Alcochete, é uma ejaculação de vivas!
Ora, voltando ao ensino Superior do Minho, as associações e colectividades académicas variaram da apatia da AAUM ao extremismo de alguns entregadores de flyers anarquistas que, infelizmente, nunca souberam moderar a agressividade e o tom terrorista dos meios. Os fins foram um pouco de nada, à imagem da dimensão insignificante da influência da Academia minhota e do seu bailadode vaidades regional, para não dizer provinciano, dos sucessivos presidentes das mesas e orgãos executivos.
Quanto a Bolonha, a avaliação que lhe faço - porque muito pouco me afecta, na arrogância da tradição e peso clássico de Medicina - é que, para além de aumentar a trabalheira desnecessária e dificultar a possiblidade de sucesso dos trabalhadores-estudante, é uma forma de reforçar, ainda que ridiculamente, o financiamento das Universidades. É que poucas Ordens reconhecem a licenciatura reduzida a 3 anos, obrigando os licenciados a complementá-la com um mestrado pago com propinas duas vezes mais elevadas. E neste país de Berardos e pobres, a ironia é que o dinheiro dos últimos nem dá para comprar facas em condições.
1 comentário:
Vítor, excelente análise. Assino por baixo.
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