segunda-feira, 9 de julho de 2007

Democratóides Paranóides

Isto fará confusão a quem lê, mas é quase isso mesmo, uma confusão. Pela blogosfera em diante falam-me de um país de autoritarismo, onde ninguém pode ser nem dizer, mesmo sem razão, o que lhe vier à mona. Neste país há bosta de cavalo a forrar o chão, é dos cavaleiros do apocalipse, falsos profetas vestidos de ministros e bestas do tamanho de aeroportos. E um gremlin em bicos de pés, a insinuar na oposição. Não há liberdade e nem se pode saír à rua, por outras questões além do calor. Há o medo medonho dos superiores e dos inquéritos que nos desnudam nas poucas vergonhas, os atrevimentos em dar à língua. Há um partido dito de esquerda, encostado à direita e sentado ao centro, que obriga doentes terminais a trabalhar até se apagarem - santa paciência!!!
Neste país, erguido íngreme sobre um oceano revolto, há uma televisão de Estado que dá a voz a fascistas e anuncia lobbis homossexuais e travestis com a seriedade de quem anúncia um genocídio eminente, que leva ministros e oposições a debate, sobre os temas mais pertinentes e os mais disparatados, e lava a roupa suja com eles. Há o desrespeito institucional cobrado com disciplina, estranhada com histeria. Há a serventia apontada em rotatividade conforme os governos que sobem e descem. Há aquele descontentamento perguiçoso, e na moda, de quem engordas as banhas em frente à televisão, a fumar e a comer como um sapo de subsídios. Os abades como putos obesos do pudim de todos.
Há o dinheiro da Europa deitado ao mar e às searas, as florestas de eucaliptos e os koalas na televisão. Há um Cavaco em retrato, em cada casa como um santo antoninho, com microcâmaras nos olhos e microfones nos dentes a vigiar-nos os pecados domésticos. É o país do medo onde dominam todos e não manda ninguém. Onde a Opus Dei vive casada com a Opus Gay, e com o filho liberal do coito interrompido e em missionário, adoptado sob o mesmo tecto. Onde os combóios e os aviões servem de arremesso e de catapulta de conspirações e magnatas dos interesses. É um rectângulo de cúmulo, onde todos vivem o fim do mundo porque o regime é de extrema-esquerda e é de extrema direita, como se governasse uma besta, não de 7, mas de duas cabeças - de Cunhal e Salazar.
Alguém me arrange um Cocktail de 25 de Abril/1 de Maior com uma rodela de 25 de Novembro, sff...

3 comentários:

agaethis disse...

n comprendo como te podes referir negativamente ao facto de a RTP dar voz aos partidos de extrema direita e de anunciar as coisas com naturalidade e profissionalismo. quando dizes: "há uma televisão de Estado que dá a voz a fascistas e anuncia lobbis homossexuais e travestis" enganas-te pois como deves saber a responsabilidade n é da rtp, mas sim dos seus intervenientes, como de um tempo de antena se tratasse. Ao lhes dar voz estamos a promover o debate de ideias e as pessoas apercebem do enorme vazio que eles representam. dar lhes a voz n é sinónimo de lhes dar ouvido! isso cabe a cada um decidir de acordo com o seu senso. prefererias ve-los a crescer pelo facto de se queixarem de falta de atenção e de discriminação (curioso que esta parte é exactamente o que eles defendem)? conhecendo te cm conheço acho k n. n é a proibir que se conquistam as coisas, deixemo los falar até cairem no ridiculo e esquecimento...

Vítor Pimenta disse...

Caro Agaetis, dá-me um exemplo de um grupo/partido que tenha crescido por ninguém lhe dar atenção e mediatismo... Eu dou-t um exemplo do contrário: O Bloco de Esquerda.

Anónimo disse...

LIBERDADE. Eu gosto e muito. Tú não??? Isso já são sintomas do "barretismo".
Cruz Credo Canhoto!!!!!!!!!!