17 freguesias dá, uns óbvios, 17 presidentes de junta, eleitos por 17 listas com uma média de 17 listados. Ganha-se as eleições porque os listados valem uma multiplicidade de votos. Berra-se ao alto com as bandeiras!
A cidadania do voto, dos listados e respectivas famílias, paga-se com entradas em quadros públicos e alguns privados (daqueles que se podem controlar com a dependência do carimbo), ou então, para os mais caseiros, com umas inscrições em cursos de formação profissional. Destes reparte-se o dinheiro europeu a rodos pela metade dos que, por cá, deveriam ter direito. Dado e não responsabilizado, a burocratas, formadores e formandos, como caridade. Ninguém avalia os retornos. Resultado: a promoção da incompetência e o marasmo intelectual, social e económico.
2 comentários:
ora aí está uma visão correcta sobre o que se passa no nosso quintal cabeceirense. Pena que o autor por desconhecimento não vá mais longe. Faltou dizer que o tráfico de influências exercido politicamente sobre quem tem a responsabilidade de deferir ou não as candidaturas a cursos de formação técnico- profissional, é uma realidade bem viva neste país. O caciquismo e o tráfico de influências conduzem à aprovação de cursos em cabeceiras, nos quais os formandos se repetem e ficam profissionais da formação. O dinheiro de bruxelas é mal aplicado,e pelo menos na nossa terra não serve para qualificar ninguém, mas para quem detém o poder há nítidas vantagens. Durante 15 meses, entrega-se uma bolsa de 400 euros a cada formando, que pertence como muito bem sugere o autor, a uma família influente no lugar A, ou na freguesia b, e que costuma ser numerosa. Assim se mantém o poder neste país, à custa de muito caciquismo, aparelhismo e tráfico de influências. Enquanto isso, os milhões que deveriam servir para apanharmos o combóio europeu da competitividade e aproximarmo-nos do pelotão da frente da Europa, serve para desqualificar os portugueses e manter caciques locais ligados aos partidos no poder, porque distribuem dinheiro pelo povo inculto. Eu se fosse Alemão ou francês, e vendo a forma como as verbas da europa têm sido aplicadas desde 85 em Portugal, sentir-me-ia chulado e enganado.
Visão absolutamente lúcida. O Manuel Alegre, noutro registo, ainda hoje falou disto.
Parabéns.
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