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"Vivo aliás, no fim-de-semana e férias, como vivi mais de dois terços plenos da minha vida em terras de poucos recursos de saúde. Poucos, porque as pessoas medem-nos aqui em número de consultas, número de médicos e enfermeiros, quantidade de horas a apanhar soro. Medem a Saúde pelas maleitas. Ou então, porque os dias na aldeia são tão aborrecidos que tem de se fazer alguma coisa para o arrastar da horas, e nada como deslocar o banco de jardim, nas cartas e no croché, para plena sala de espera de Centro de Saúde. Aqui, onde estarão mais socorridas, se por infortúnio biológico ou desígnio divino, de repente lhes der alguma coisa pelo braço ou pela perna a diante, se uma trombose ou um desmaio de boca espumada, e onde facilmente se pode montar o teatro da desgraça. É que nestas coisas de português entranhado vale mais esperar pela morte que fazer pela vida."
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