quarta-feira, 11 de junho de 2008

Apita o Combóio ... de Mercadorias.


Agora queixam-se os cidadãos e as empresas, jornalistas e comentadores, pela falta de alternativas ao transporte rodoviário. É, esta estagnação, o preço da política de encerramento da ferrovia acelerada pelo Governo de Cavaco Silva em prol de autoestradas e IP's. Falta de visão de futuro, cegado o olho pelo novo-riquismo parolo da década de 90.

Em Belém, mora um dos principais culpados pela paragem total do país nestes dias. E em São Bento, exige-se que se repense a Ferrovia como alternativa de futuro, no transporte de bens e de pessoas. Pode começar pela Linha do Tâmega. As gentes de Basto - a quem devem uma Via Rodoviária há mais de 20 anos - agradecem...

9 comentários:

Anónimo disse...

Tens razão quando dizes que e passo a citar: "Em Belém, mora um dos principais culpados pela paragem total do país nestes dias..." pois o Sr. Presidente já devia ter dissolvido a Assembleia da Republica como fez o teu querido Sampaio, não era???

Afinal a culpa não é do engenheiro aldrabão e corrupto, mas do Cavaco devido à sua passividade...

És um triste!!!

Vítor Pimenta disse...

Caro Rei Leão, no teu reino de cegos, só vês mesmo com um olho. Não leste tudo e a História confirma acerca de quem encerrou a ferrovia por esse país abaixo.

Paulo Vieira disse...

Há hoje uma corrente de pensamento que confirma que as decisões de encerramento de muitas linhas ferroviárias foi um erro estratégico. Se for preciso identificar e personalizar responsáveis não é difícil de o fazer. Porém penso que este exercicio de responsabilização e de olhar para o passado não nos leva a lugar algum. Ao contrário as diversas linhas ferroviárias "comidas pelo mato" deste país podem levar-nos a alguma parte.
Haja coragem e bom senso e acima de tudo deixar de pensar só nos números e começar a pensar nas pessoas.

P.S. VIVA PORTUGAL

Anónimo disse...

Pois Vítor, mas a linha do Tâmega, ou o que resta dela, vai ser transformada pela Câmara Municipal numa pista para velocípedes. Ponto 1 - Já se avaliou concretamente as mais valias do projecto em termos de retorno de investimento?
Ponto 2 - Alguém perguntou antes de se tomar a decisão qual era a opinião da população do concelho e concretamente o que pensam os habitantes do Arco de Baúlhe sobre a ideia?
Ponto 3 - O projecto é sustentado num Plano Director ou Plano de desenvolvimento Turístico para se avaliar correctamente a sua viabilidade?
Ponto 4 - Parece-me que neste caso e ao decidir-se avançar com uma pista velocipédica de utilidade questionável ( veja-se o caso da de Fafe - Guimarães, cheia de silvas ao abandono e pousio para toxico-dependentes e prostituição), mais uma vez se opta por um investimento público de retorno discutível e utilidade questionável e acima de tudo, sem que este projecto que sentencia definitivamente a Via do Tâmega, tenha sido discutido com as forças vivas do concelho. Julgo que neste como noutros casos, falta ousadia e visão de futuro e acima de tudo privilegiar uma lógica de desenvolvimento e cooperação intermunicipal que deveria e poderia se houvesse vontade política conduzir à recuperação da linha, ainda que para fins turísticos, pelo menos.

Dario Silva disse...

Então viva a Linha do Tâmega nos quase cem anos da sua chegada a Amarante e, 40 anos depois, a Arco de Baúlhe e, 51 anos depois, o seu encerramento entre Amarante e Arco de Baúlhe.
Com a ajuda preciosa de alguns autarcas das Terras de Basto, tudo se fez, tudo se consentiu, tudo se aprovou.
E para quê? - para nada.

Ainda que um cidadão estrangeiro tivesse em mãos garantias de financiamento 100% privado para o aproveitamento da Linha para fins turísticos, os autarcas das terras de Basto tudo fizeram para o boicotar, para o impedir, para o cansar.
Que têm Albertino Mota e Silva e António Barreto contra o Comboio e o Caminho de Ferro?

Que moral tem o sr. presidente Barreto, autarca de Cabeceiras de Basto, em querer para Arco de Baúlhe um - e passo a citar - "comboio histórico"?

Comboio histórico em que linha??
Naquele que deixou cair eque tudo fez para que se mantivesse caída?
Ou nos 300 metros de linha que vão ficar NA estação do Arco? o resto vai ser uma pista para bicicletas.
Era melhor fazerem uma vaquinha e oferecerem uma maquete escala H0 ao senhor autarca, uma maquete aí com uns 400 ou 500 metros.
Depois já podia cumprir o seu sonho desabafado nos jornais: brincar aos comboios.

É por estas e por outras que Portugal continua na cauda da Europa, espoliados por "líderes" medíocres, cegos, obtusos,. É por estas que Celorico de Basto é o concelho mais pobre de Portugal (fonte INE), é por estas que o autarca Albertino dizia que ía processar o INE e o Movimento de Defesa da Linha do Tãmega e a mim próprio.
É inultrapassável a pobreza de espírito.
Estamos todos cheios de medo.

Dario Silva disse...

Então viva a Linha do Tâmega nos quase cem anos da sua chegada a Amarante e, 40 anos depois, a Arco de Baúlhe e, 51 anos depois, o seu encerramento entre Amarante e Arco de Baúlhe.
Com a ajuda preciosa de alguns autarcas das Terras de Basto, tudo se fez, tudo se consentiu, tudo se aprovou.
E para quê? - para nada.

Ainda que um cidadão estrangeiro tivesse em mãos garantias de financiamento 100% privado para o aproveitamento da Linha para fins turísticos, os autarcas das terras de Basto tudo fizeram para o boicotar, para o impedir, para o cansar.
Que têm Albertino Mota e Silva e António Barreto contra o Comboio e o Caminho de Ferro?

Que moral tem o sr. presidente Barreto, autarca de Cabeceiras de Basto, em querer para Arco de Baúlhe um - e passo a citar - "comboio histórico"?

Comboio histórico em que linha??
Naquele que deixou cair eque tudo fez para que se mantivesse caída?
Ou nos 300 metros de linha que vão ficar NA estação do Arco? o resto vai ser uma pista para bicicletas.
Era melhor fazerem uma vaquinha e oferecerem uma maquete escala H0 ao senhor autarca, uma maquete aí com uns 400 ou 500 metros.
Depois já podia cumprir o seu sonho desabafado nos jornais: brincar aos comboios.

É por estas e por outras que Portugal continua na cauda da Europa, espoliados por "líderes" medíocres, cegos, obtusos,. É por estas que Celorico de Basto é o concelho mais pobre de Portugal (fonte INE), é por estas que o autarca Albertino dizia que ía processar o INE e o Movimento de Defesa da Linha do Tãmega e a mim próprio.
É inultrapassável a pobreza de espírito.
Estamos todos cheios de medo.

Vítor Pimenta disse...

Eduardo e Dário:

Compreendo e sublinho os vossos argumentos. Deixem-me acrescestar que os tais 300 metros de linha para o Comboio vão ficar pelas intenções porque feitos os estudos, o tempo que a maquinaria demora a aquecer por cada paragem não compensava a proeza.

Mais: Obviamente que a conversão a Ciclovia é um mal menor à primeira vista, porque preserva pelo menos o precurso que noutras linhas foi vandalizado com construção ilegal (ou legalizada pelo laxismo). Mas é visão curta sim. Sinceramente nunca percebi o porquê de tantos entraves: haveria algum incómodo na nomenclatura acima? Na REFER? Na CP? Seria por entregar património público a privados ingleses? Acho que qualquer um de vocês os 2 podia dar a resposta, uma vez que estavam muito dentro do assunto.

Dario Silva disse...

Vitor,

subscrevo que uma ciclovia, pelo menos, preserva um espaço público (de todos) e evita que lhe construam piscinas em cima ou vazem lixos...
agora, a ANEDOTA do comboio histórico com 300 metros é pura piadinha demagógica de mau gosto.
E vinda de alguém que tudo fez CONTRA o regresso de um comboio a sério... é piroso.
Eu pensava que fazer politica assim já estava fora de moda.
Aparentemente, Cabeceiras ainda não saiu da Idade Média.

Dario Silva disse...

"Seria por entregar património público a privados ingleses?"

Vitor,

a exploração de serviços ferroviários (comboios a circular + bilhetes) nada tem contra a tutela estatal da infra-estrutura.
É como ter um autocarro e não poder usar a EN que nos passa em frente à casa.
usar o autocarro (ou o carro) não significou nunca que a estrada passa a ser nossa*.

Uma utilização "privada" das vias férreas por terceiros acontece em dezenas de casos em Espanha, na França e em Inglaterra. Posso enviar alguns links...
Com alguma frequência, acontece também que as vias férreas desafectadas definitivamente da rede "pública" foi entregue a municípios ou a associações locais (muito frequente em Inglaterra).
Estas entidades públicas e privadas asseguram serviços turísticos com imensa procura.

A situação vivida nas Terras de Basto no início da década de 90 faz, novamente, da Linha do Tâmega um caso sui generis.
Nunca se viu nada assim... tanta gente contra!
Deve ser bruxedo... quatro décadas para construir 56km de via...
Imaginar que o Canadá ligou o Atlântico ao Pacífico em apenas cinco anos....


* daí que me causa estranheza a proliferação de bestas quadradas que utilizam a estrada como se fosse deles, só deles. Uma espécie de coutada.