segunda-feira, 7 de julho de 2008

Água Turva

O Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas (analisado em alguns pormenores pelo Blasfémias) revela o descalabro na gestão empresarial do Grupo Águas de Portugal. Entre erros na internacionalização do grupo, pela mão da diplomacia, aponta-se também a excessiva fragmentação em unidades empresariais que não conseguem ter sustentabilidade no mercado que ocupam, devido aos elevados custos de extracção e tratamento de águas para consumo público, seguindo normas europeias.

Ora aqui se descortina uma das causas dos preços elevados por m3 da água em Cabeceiras de Basto. Os custos de manutenção do sistema exigidos para assegurar os parâmetros de exigência de qualidade (fiando-me que a autoridade de saúde concelhia tem sido competente e atenta) têm um valor base comum qualquer sistema de igual tamanho, a diferença é que por cá o mercado não é grande o suficiente para que haja um retorno suficiente, a preço mais baixo, que cubra todos gastos de quer de extracção, quer distribuição, na construção e reparação de condutas. A que se somam os custos associados pela dispersão urbana, o desordenamento da construção civil, com casas e prédios nos quintos...

Pode-se, quanto muito, optimizar por tabela os preços por cabeça, cobrando menos por m3 em famílias numerosas, mas a não ser que o abastecimento seja garantido por uma empresa supra-municipal que nivele os preços por baixo, repartindo o mal pelas aldeias, teremos de pagar a paroquialização da rede de água. Ou isso, ou então Cabeceiras dobrar de população - o que eu acho difícil com tal taxa de natalidade e tanto asco a imigrantes...

1 comentário:

Anónimo disse...

Vítor,
é só para te mandar um abraço.
estive aí na Faia, no último fim-de-semana.
Luís Castro