"Em Portugal assiste-se a uma violenta discussão conjugal com a mesma frieza sádica de uma tourada de morte em Barrancos, a diferença é que esta é acossada pela indiferença e pelo imobilismo.
Não admira, então, que a violência doméstica não tenha ondas nem o mediatismo do resto. É um universo paralelo, doentio, a que assaltos a bancos e postos de gasolina chegam a não fazer frente na crueza. Na perspectiva do Presidente de República e da aparente generalidade das pessoas, o casamento é uma mera cruz que se carrega. E não deixa de ser cristão o sacrifício. Mas se para elas existe Céu, para eles parece que não existe o Inferno. Este calvário da mulher, da esposa, portuguesa, como em tantas outras culturas, é uma mera pedra no caminho da santidade. É, como dizia Nietzsche, consequência da centralização da existência individual no além, para lá da morte."
O resto aqui.
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