segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tempo de Repensar a Ferrovia


"Os últimos quilómetros de via-férrea nova construídos antes dos do Eixo Norte Sul da zona de Lisboa, foram aqueles que chegaram à estação do Arco de Baúlhe. Não obstante, o propósito que serviram foi abruptamente adormecido desde 1 de Janeiro de 1990. Até aqui, um privado quis recuperar a linha, entenda-se REABRI-LA, com comboios a circular e a servir novamente o povo. No entanto, as autarquias locais resolveram não dar aval ao regresso do comboio ao Tâmega além Amarante. Mas, eis que se preparam para pagar durante 25 anos milhares de euros à REFER para construir no leito da via uma ecopista... Isto claro, depois de uma das câmaras ter decidido vazar entulho para cima da linha. Mas isso são águas passadas, não é? O que importa é que os autarcas preferem o cicloturismo, provavelmente aquele que menos dinheiro capta aos visitantes, já que os cicloturistas são bastante parcos nos seus gastos durante a caminhada, ao meio de transporte terrestre público mais ecológico - comboio. Por acaso, o ambiente nem anda degradado, e é justo preferirmos mais estradas e não investir nada em caminhos-de-ferro, principalmente quando se fala no Interior. Já pararam pra pensar nisso?... http://alinhadotua.cjb.net "

Este texto, da autoria de Daniel Conde, lança o debate no fórum do site da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto. Mais abaixo, explana a sua opinião com maior arrojo, face a um outro participante, com muitas reservas à utilidade de uma linha férrea na região de Basto, terra de gente já tão habituada a carros e tão carregadinha de poder de compra. No mesmo, e basta ler, é levantada a questão estranhamente nunca respondida da recusa dos autarcas do Basto e Baixo Tâmega em colaborar na exploração turística da linha, a custo zero, apesar dos mais que evidentes retornos em visitantes e projecção internacional. O processo diz muito do obscurantismo reinante. A minha opinião é conhecida: repense-se a ferrovia, é coisa de país moderno, civilizado e com consciência ambiental.[Ou estou a ser um velho do Restelo?]

2 comentários:

Dario Silva disse...

Vou começar a contagem até que aqueles comentários no site da CM Cabeceiras seja simplesmente banido.
O assunto é non gratus.

E ainda estou para perceber porque é que o meu comentário nunca ali apareceu, a juntar a uma outra discussão de 2006 que fora apagada, uma ou duas horas depois de ser lançada para debate. O tema, como sempre, era Caminho de Ferro.

Esta gente não é de fiar.
Não se iludam: Celorico vai bem na frente na perseguição que move a todos quantos ousam falar publicamente do seu comportamento perante a questão ferroviária.
Portanto, não é de admirar que a linha do Tâmega tenha sida a linha portuguesa que mais tempo demorou a ser construída e uma das que menos tempo durou.

(O comboio chega a Amarante em 1909 e só 40 anos depois chega ao Arco, de onde, afinal, não haveria de passar. Entre Amarante e o Arco o tráfego cessou em 1990.)

Se calhar têm o que merecem, não é, sr. Albertino Mota e Silva, edil do concelho mais pobre de Portugal?

Este seu fan incondicional,

Dario Silva

Daniel Conde disse...

Já dizia uma música dos Xutos, "Antes quero ser um Velho do Restelo, do que um fascista sem cabelo!".

Já vou satisfeito destas lides do Basto: lancei a discussão, e o rastilho lá começou a arder. Apesar de a minha luta andar mais centrada na Linha do Tua (visitar http://www.linhadotua.net e http://www.alinhadotua.com), tanto o Tâmega, como o Corgo e o Sabor estão no mesmo prato da balança. E esta não é uma balança segura pelas mãos da imparcial justiça (DVRA LEX SED LEX, dizem uns); cabe portanto a nós, povo, que afinal somos os SOBERANOS numa Democracia, não calar, não consentir. Mesmo na noite mais escura e triste, como diria o Manuel Alegre.