sexta-feira, 12 de junho de 2009

[o mal pelos leitores] "Portugal Campeão das Baixas Médicas"

«Portugal é o segundo país da Europa em que se regista o maior número de dias sem trabalhar por motivo de doença. Os portugueses ficam, em média, 12 dias por ano em casa, um recorde só ultrapassado pela Bulgária» [Diário Económico]


Esta notícia recente (mais uma) poderia funcionar para o Estado e consequentemente para os donos de empresas, como mais um impulso para a implementação de cuidados de saúde de qualidade e ainda de aposta na prevenção da doença/promoção de saúde.

Dizem por aí, que os portugueses deixam tudo para a última e no caso da saúde essa "máxima" aplica-se na perfeição!! Se ainda se vê por aí alguns "revolucionários" a criar ou a manter bons hábitos de saúde (exercício físico, boa alimentação, ente outros) a maioria da população, para além de não os ter, teima em não querer aceder - gratuitamente e sem esforço algum - à quantidade de informação com que são "bombardeados" diariamente.

Esta situação, para além de representar para o estado custos elevados (contribuição nos tratamentos) representa ainda um custo acrescido no orçamento de uma empresa, pois para além da obrigatoriedade da criação de um seguro de trabalho, o rendimento da mesma diminui com a diminuição do número de funcionários.

Rui Magalhães
[fisioterapeuta]

3 comentários:

Anónimo disse...

Isto acontece porque ao mínimo ai as pessoas ficam logo de baixa e por muito tempo, muitas vezes, dependendo apenas da qualidade da relação que têm com o médico de família e/ou médico do seguro!

este é mais um mau exemplo de desperdício de dinheiro por parte do estado que com um pouco mais de coragem e audácia conseguia criar muitos outros novos postos de trabalho e reduzir o seu investimento na saúde.

posso ainda falar da santidade que os médicos possuem no nosso país..sim os médicos..esses que teimam em ser poucos para poderem usar e abusar do seu estatuto para mal-tratar, ignorar e muitas vezes, gozar, cidadãos que por estarem numa situação frágil não têm atrevimento para os mandar calar e para os tratar da mesma forma!!!

a disse...

Assino por baixo, às vezes alguns médicos também abusam do poder, como tantos outros que usam uma certa farda, e eu falo por mim. Dão baixa a quem não precisa e posteriormente quem precisa leva uma recusa.

RUi Magalhães disse...

se os há assim, acredito e conheço que também os há e haverá de outra forma (em todo o lado há bons e maus profissionais)!
essa situação,deve-se, talvez, á falta de gosto pela profissão,á falta de tempo - característica da área da saúde - e acima de tudo á formação que tiveram

refiro a formação,apenas e só porque antigamente ensinava-se nas escolas de saúde o "modelo médico" (modelo baseado no tratamento do "corpo" com objectivo principal de tratar a dor e onde o paciente/doente assumia um "papel" passivo)enquanto que hoje em dia o que se ensina é o "modelo bio-psico-social" (trata-se o "corpo" e a "mente",procura-se reduzir/eliminar o problema eliminando com isto a "dor" e com o paciente a ter uma participação activa na resolução desse mesmo problema).

com isto,e desculpem-me a teoria, quero dizer que a falta de tempo na saúde e a formação centrada no tratamento da "dor" leva a que alguns individuos - como já me foi relatado - sejam atendidos pelo médico, ou por outro profissional de saúde mais "antigo" - pois acredito que as coisas estão a mudar - sem estes, sequer, olharem para a pessoa mais do que 5 seg. e dizendo apenas um "frio": "então, que se passa"!!?