segunda-feira, 13 de julho de 2009

Voto Útil...

«Neste momento de crise (que obriga o PS a pensar os erros da deriva neo-liberal da terceira via e do centrão), de desgaste do governo, de acumulação de asneiras por muitos ministros; neste momento de criação de um clima de “derrota” (estabelecida pelos mecanismos retóricos e publicitários de uma comunicação social que em Portugal, ao contrário do resto da Europa, é estruturalmente conservadora); neste momento em que o PS pode (e deve) ver-se obrigado a pensar à esquerda e a pensar em diálogos com muitos cidadãos e cidadãs das várias esquerdas, é o momento de escolher por onde passa a linha divisória entre esquerda e direita. Pessoalmente não acredito que ela passe entre o PS e o Bloco.Pessoalmente não acredito que ela passe entre o PS e o Bloco. Acredito que ela passa entre o PSD e o PS. Não quero o regresso do PSD, muito menos do PSD personificado por Manuela Ferreira Leite ou Santana Lopes. Não concordo com várias das políticas deste governo PS que agora termina. (...) Mas vejo pela primeira vez, no PS e sobretudo em Sócrates, sinais de um projecto de modernização para o país que se diferencia quer da tentação miserabilista da maior parte da direita, quer da tentação revolucionária da maior parte da esquerda. Justamente num dos piores momentos por que aquele partido passa, e sem qualquer intenção de aderir de novo, enquanto filiado, a um partido, votarei pela primeira vez na vida no PS.» [Miguel Vale de Almeida]

6 comentários:

Eduardo disse...

Votar no PS n me parece que seja nada útil. Há hoje à esquerda do PS e concretamente no Bloco, a certeza de que os eleitos não trairão os princípios e os valores de todos os que acreditam numa esquerda democrática, que denuncie e responsabilize a roubalheira associada ao PS e ao PSD (freeport e BPN), em que se transformou este país nos últimos anos. Quatro anos depois impõe-se a pergunta: Os portugueses vivem melhor ou pior do que viviam em 2005? Muito pior. Há mais ou menos desemprego? Muito mais desemprego. Que reformas de fundo foram feitas na sociedade portuguesa e em que sectores? Com substância e profundidade, nenhuma. Conclusão: Há que impedir que qualquer dos partidos do centrão obtenha a maioria absoluta. Nesta perspectiva o único voto útil à esquerda, para impedir abusos, é no Bloco.

Vítor Pimenta disse...

Não acho que a maioria absoluta de qualquer um dos partidos do centrão seja um risco neste momento. A vitória da Direita, sim.

Uma ponta de verdade tem este texto interessantíssimo de Miguel Vale de Almeida: há uma diferença clara no PS de Sócrates, com todos os seus defeitos, e o PSD da ultramontana e fora-de-prazo Ferreira Leite.

O país não precisa de um cavaquismo recauchutado. E se em circulos eleitorais maiores, a distribuição dos votos à esquerda resulta em deputados eleitos, em distritos do interior do País, onde se jogam apenas 3 ou 4 deputados, como Bragança ou Vila Real;n não votar no PS é abrir portas`ao regresso desta Direitinha...

Males Menores

Carlos Leite disse...

Acho este texto tão incorrecto em termos de pensamento politico, ai e tal só voto naquele não porque acredito nele, mas antes porque os outros são uns bichinhos papoes que querem acabar com tudo. A culpa disto tudo não é da direitinha mas antes da arrogancia do quero posso e mando que rege o partido socialista, e que o fez desenvolver em volta de idolos como Socrates ou Zapatero,que sempre imposeram o seu pensamento na cabeça dos outros membros do partido, perseguindo quem o ousasse contrariar, e depois ao mostrarem algum desgtaste lançaram o partido para um beco cuja saida promete ser dificil.
Socrates mostrou ser um bom produto de marketing, e bom actor mas um fraco lider, veja-se nas escolhas que fez ao longo da sua liderança, por exemplo Maria Lurdes Rodrigues, Mario Lino, Jaime Silva...ou ainda Mário Soares, Vital Moreira ou Elisa Ferreira...ou lider lucido poderia ser enganado, mas o mal de Socrates é que persiste e insiste no erro.
Será que os portugueses se deixam levar na mesma cantiga?

Andrade Sousa disse...

Com pensamentos deste não vamos sair da cepa torta. voto útil é uma perfeita idiotice. Maiorias absolutas de PSD e PS vão ser o mesmo de sempre, quero posso e mando e burro que aguente a carga para os lordes continuarem com as suas mordomias, ficando o poder da assembleia reduzido aos deputados de um partido. Deixem-se de tretas e comecem a mudar a mentaliade se querem que o país mude. Portugal precisa de estabilidade como dizem, mas não precisa de uma assembleia representada por um unico partido cujos deputados são moucos. Portugal precisa é de políticos em condições, que debatam os problemas de forma séria, sem patetices ideológicas. Com políticos a sério qualquer partido sem maioria absoluta pode governar neste país, basta que ouça o que os outros têm a dizer e em conjunto cheguem a acordo. As maiorias não são amigas de uma democracia saudável, porque retiram o poder da palavra e de decisão de outros partidos minoritárias e contribuem para o que se tem visto com governos deste tipo, caciquismo, favorecimento de concursos publicos, decisões de grandes obras tomadas unilateralmente, aniquilação de liberdade de pensamento, aparelhismo partidario, etc
Maiorias abnsolutas e o mesmo que dizer que durante 4 anos os partidos de oposição são reduzidas a absolutamente nada.

Carlos Silva disse...

Que raio de idiotice Pimenta.
Nem parece teu! Tás com gripe A ou quê? Trata isso que tens rapaz.

Vítor Pimenta disse...

Caros Carlos Silva e Andrade Sousa.

Não fiz declaração de voto nem falei em maioria absoluta - longe de mim. Nem acho que isso seja condição de governabilidade.

Falei apenas dos riscos de fazer a esquerda crescer apenas e só à custa de uma sangria do PS. Não fiz declaração de voto com o post - haja essa noção. A verdade é que o PS vai sendo uma espécie de partido tampão do eleitorado conservador ao centro e que decide eleições.

Há que denunciar também os podres e a inoportunidade de Ferreira Leite e do Portas - o Paulo -, duas nulidades políticas de deméritos demonstrados.