quarta-feira, 10 de março de 2010

Pedalar dinheiro fora

ponte de matamá

O financiamento para a conversão do troço da Linha do Tâmega em ecopista/ciclovia, entre Arco de Baúlhe e Celorico de Basto, foi aprovado hoje. É investimento anedótico porque nem serve como módulo numa estratégia turística regional - esta simplesmente não existe. Quanto muito as ciclovias deviam ser implementadas nos centros urbanos e consideradas nos planos de urbanização. Esses que existem por aí (nem) para inglês ver, que nem se quer respeitam cidadãos com mobilidade reduzida, de cadeiras de rodas, que fará ciclistas.

Este projecto, na verdade, é um investimento no funeral de qualquer vontade legítima e realista de requalificar esta linha como qualquer outra da ferrovia nacional. Ainda hoje, o presidente da Jerónimo Martins defendia o comboio como estratégico para a economia nacional, porque é uma alternativa à rodovia, sobretudo e também no transporte de mercadorias. Qual quê? Aqui - ui ui - somos muito mais visionários.

4 comentários:

David Guimarães (via Facebook) disse...

Eu percebo o teu ponto de vista, no entanto acho que estás apenas a ver as coisas numa perspectiva.
Não podemos encarar exclusivamente isto como uma estratégia para atracção turística, especialmente porque, como bem disseste, esta componente não é suficientemente forte na região, embora exista.
Aliás, o interesse turístico é muito reduzido para se referir como uma das prioridades.

Podemos no entanto interpretar este investimento como uma forma de incentivo ao desporto e melhoria da qualidade de vida das pessoas locais, com base nos mesmos argumentos que se utilizariam para a construção de uma piscina ou jardim públicos. ... Ver mais
Enquanto amante de ciclismo, iria sem dúvida valorizar a construção da pista de cicloturismo na região. Existe uma que liga Fafe a Guimarães e, embora seja um meio maior - onde se justifica mais facilmente este tipo de investimento - a verdade é que o local está sempre cheio. Não sei especificar valores, mas creio que algumas centenas de pessoas a utilizam diariamente, pelo menos na Primavera e Verão. Mesmo nas estações mais frias e nos piores dias, o movimento pode ser surpreendente.

Certamente ninguém a construiu segundo uma perspectiva turística, mas a verdade é que muita gente de longe se desloca propositadamente para a utilizar ao fim de semana, de modo que também há algumas vantagens nesse sentido.

Isto é um pouco diferente de uma ciclovia, porque se destina essencialmente a lazer, enquanto uma ciclovia citadina tem como principal função facilitar a deslocação e melhorar a segurança das pessoas que utilizam uma bicicleta como meio de transporte. Ao mesmo tempo as ciclovias têm uma função ecológica, porque reduzem de certa forma a utilização de meios de transporte poluentes.
Infelizmente a mentalidade dos portugueses ainda não está preparada para respeitar este tipo de medida, como também referiste. O mais certo era vermos carros a circular em cima da ciclovia, ou estacionados nela.

Como uma pista de cicloturismo é interdita a veículos com motor, nem permite a passagem destes (apenas daqueles com duas rodas), não existe esse risco.

Ainda no último Verão fui algumas vezes de bicicleta do Arco até Mondim ou Celorico e não senti grande segurança na estrada. É apertada e não permite grande visibilidade para os condutores, quando se deparam com um veículo mais lento, como é o caso de uma bicicleta.
Quem gosta de BTT não tem esse problema, mas quem aprecia ciclismo de estrada sente certamente mais segurança numa via isolada.

Basicamente é mais uma forma de promover o desporto na região, o que deve ser valorizado, pois também contribui para o desenvolvimento local.
Quando os jovens encontram pontos de interesse no local onde crescem, têm menos alguns motivos para mudar de residência na vida adulta.
A qualidade de vida melhora, sem dúvida.

Ao mesmo tempo compreendo que há certamente outros investimentos importantes a fazer, que talvez até merecessem prioridade, mas não vamos negar todas as vantagens que existem num projecto deste género.

DoisBerto disse...

vantagens david..são sempre poucas comparadas com as da ferrovia.este discurso faz-me lembrar uma roseira: bonita, bem-cheirosa e cheia de espinhos.ja enjoa, meu caro.a televisão transmite-nos esse tipo de discurso a tempo inteiro, poupe-nos com esses joguinhos infantis!!e mais, a ciclovia, durante a noite servirá para os traficantes de droga (sim, ainda os há por cá) e afins.e com um terreno agreste, cheio de declives, o passeio não é mesmo nada convidativo a crianças e idosos, o que vai limitar muito a utilidade da mesma.e mais, estou mesmo a ver aqueles portugas a circular com as suas motas a altas velocidades.

VANTAGENSvsDESVANTAGENS..vamos colocá-las numa balança a ver o que acontece!!..ou então não,pois os seus olhos poderão já não percepcionar nada devido a algum tipo de cegueira política que apresenta!!

entre a ciclovia e nada, preferia nada, pois sempre poderíamos sonhar com a reabertura da linha, nem que fosse nas terras de basto, apenas e só para turismo!!TURISMO...TURISMO...se resulta por esse mundo fora porque não vai resultar aqui?eu respondo-lhe, devido a mentalidades..como a sua!não ganhará nada com isso??não terá algum parceria com a ascendi ou com as transportadoras como muitos outros que impediram e impedem o avanço da linha!!

(QUEREM O TGV..então o comboio é ou não importante para o país..TENHAM VERGONHA, é so contradições)


ja se imaginou a passear de comboio num domingo, até celorico, por exemplo, com uma boa refeição á mesa, um bom vinho verde(vinho da região) e até quem sabe uma música tradicional!!!será que os nossos portugueses, os vizinhos de espanha, entre outros, também não iriam gostar!!???duvido!!!por muito menos há gente a enriquecer á custa desse bicho que se chama TURISMO!!

o melhor que podia acontecer ao Arco é separar-se de cabeceiras..aliás, essa ligação não existe, pois aí, tenho a certeza, que as pessoas se uniam e a linha avançava..nem que fosse até canedo!!

Anónimo disse...

É com visões como a do David que estamos eternamente a ficar para trás... Terras como as nossas terão o seu júbilo quando tiverem populações e políticos que entendam que é através do turismo e da oferta cultural que teremos, finalmente, €€€. Mas há décadas que não chegamos lá e décadas serão necessárias para que se faça luz. Terras que apenas têm recursos naturais têm que investir na sua promoção. Não com barragens mas com exploração real e verdadeiramente turística e cultural. Entenda-se duma vez por todas que cultura de desenvolvimento para as nossas terras não é apenas feiras gastronómicas e ranchos folclóricos...também mas não apenas. Turismo e oferta cultural...sem cócegas é aquilo que precisamos há muito, muito tempo. Querem sempre copiar os outros países ricos e esquecem-se de ver por onde começaram...

Anónimo disse...

Este David, foi papado pelo Golias...
Não sei se é da zona mas não parece, mas quando é para dizer o que disse mais valia não dizer nada.
E tenho ouvido que a ciclovia que liga fafe a guimaraes tem dado muitos problemas (prostituição) não há remédio o país está perdido...