quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Do Abjeccionismo

Cavaco Silva, que "entrou na cena política como o verdadeiro herdeiro" de Sá Carneiro, "procurando assumir o seu estilo frontal e sem cedências", acabou por transformar o PSD num partido "feito à sua imagem e semelhança: um partido tecnocrático, um catch all party, ou seja, um partido sem fronteiras, onde todos poderiam vir plantar a sua tenda, desde que aceitassem a liderança indiscutida do então primeiro-ministro, e assim ajudassem a conquistar votos e a manter suseranias". (...)

Entre 85 e 95, com duas maiorias absolutas, o então primeiro-ministro "aumentou o peso do Estado e apresentou-se como um líder autoritário, não permitindo a libertação da sociedade civil, como Sá Carneiro sempre defendera".
José Miguel Júdice, via Público


O antigo bastonário da Ordem dos Advogados tece estas reflexões sobre Cavaco, o primeiro-ministro, e ao mesmo tempo integra a comissão de honra da recandidatura de Cavaco, o presidente. Alguém me explique da congruência mental desta gente, se quer um Cavaco quer outro não deixam de ser o mesmo político "que olha para a sociedade civil com uma certa suspeição".

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