quinta-feira, 25 de novembro de 2010

no país irreal


"Passagem de turno", Metropolis (Fritz Lang, 1927)

Do que se ouve em surdina - até porque por aqui falar alto é privilégio de um punhado - a greve geral no concelho quedou-se por números irrisórios, tímidos. Um dia normal numa terra próspera, sem outras razões de queixa. Antes as terá para a pândega. Cabeceiras de Basto é certamente um outro país, um universo paralelo, onde a contestação não faz sentido. Aliás, tanto é assim que, não tarda, o melhor mesmo é fazer greve de Cabeceiras.

6 comentários:

Anónimo disse...

Falas muito porque um dia de salário, para ti, não faz a mínima diferênça, mas para quem tem que pagar as suas contas, isso doi e muito.

Cumprimentos

Vítor Pimenta disse...

Por muito que compreenda a sua situação, não vejo motivo. Tanto é que por aí, pela facilidade com que as pessoas se deixam acossar, a tendência é para que as coisas piorem.

Anónimo disse...

Completamente de acordo, para não perderem agora um dia de salário, sujeitam-se a perder muito mais por não lutarem. É mais que certo que, como diz o Vitor, assim as coisas só podem piorar.

Paulo Vieira disse...

Não sejamos ingénuos, a greve foi enorme e não teve uma ainda maior dimensão porque todos grevistas activos e grevistas solidários (que não deixando de trabalhar estão completamente solidários com as razões da greve e onde me incluí) tinham a perfeita noção que nada iriam conseguir mudar (pelo menos no curto prazo) até porque o OE/2011, onde muita da austeridade que motivou a greve vai ser regulamentada, já estava "cozinhado" entre PS e PSD.

Em Cabeceiras se a greve não teve uma maior amplitude também resultará do facto de Cabeceiras ter índices de desemprego maiores que outras regiões do país logo se há mais desempregados, há menos empregados para fazer greve...
Fico com a impressão que muitos desejariam que a adesão à greve em Cabeceiras tivesse sido maior não porque se trata de uma legítima contestação sobre o caminho da política nacional mas tentando daí tirar conclusões sobre a política local.

O importante é que com muitos ou poucos se continue a lutar. É um o facto que um dia de salário faz muita falta hoje, mas não lutar pode significar não ter 30 dias de salário amanhã...
A LUTA CONTINUA!!!

Paulo Pinto disse...

Quase toda a gente concorda que a greve se justifica(va). Mas para a fazer tem que se fazer tábua rasa de muita coisa, sacrificar dinheiro que nos faz falta só para tomar uma posição pública. É mais tentador ir trabalhar e autojustificar-se depois (faz-me falta o dinheiro, não quero dar borlas, a greve não vai adiantar nada, há outros que também não fazem, blá blá blá). Maldizer o país, injuriar os políticos e maiorais todos, e desfiar lamentações não custa dinheiro: nisso não faltam especialistas.

Anónimo disse...

Alguns destes estavam bem era calados