quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

50 vezes, mais esta

Não é pelos meus lindos olhos que o presidente da união das Misericórdias apoia a minha candidatura.
Cavaco Silva, ontem em debate com Manuel Alegre

O presidente e candidato defende-se assim das acusações de Manuel Alegre, "50 vezes", de que este estaria a matar o Estado Social. No entanto, refugiar-se nas Misericórdias portuguesas, como se estas fossem parte do Estado Social, é desonesto e falacioso. As Misericórdias são instituições privadas. Fazem antes parte de um, digamos, "mercado do social", sempre prontas a lobbylizar os serviços públicos de saúde para fora das comunidades, aproveitando as lacunas para fazer lucro sobre as carências. Os hospitais das misericórdias mercantilizam, não são o Serviço Nacional de Saúde e pilar do Estado Social. São, por aí, parte interessada na sua destruição.

4 comentários:

Anónimo disse...

saberá bem o que dizes aqueles que já trabalharam/trabalham ou se tratam nessas misericórdias piratas...nessas casas de saúde da mentira..nessa vergonha nacional!!se elas apoiam o cavaco silva, então junta-se o roubo á vontade de roubar.não deixem este senhor continuar a conduzir-nos, para uma mais que provável, GUERRA CIVIL!

Eduardo disse...

Calma! Nem oito nem oitenta. Eu tb sou pelo serviço nacional de saúde e acho que o que temos assistido nos últimos anos, infelizmente é uma total descaracterização e esvaziamento do mesmo. Nunca pensei, como cidadão de esquerda que algum dia pudesse ouvir da boca de um Secretário de Estado da Saúde, um tal Pizarro, que a medida adotada esta semana de pôr os desempregados e os pensionistas a pagar taxas moderadoras é uma medida de justiça social. porque como diz " apesar de desempregados pertencem a agregados familiares com bons rendimentos económicos". Esta agora! E então aqueles desempregados e pensionistas (a grande maioria) que não pertencem a agregados familiares com rendimentos? É este Governo que defende o Serviço Nacional de Saúde e o Estado Social? É pá, não me façam de parvo! Quanto às misericórdias, caro Vítor, não poderemos ter uma posição demasiado radical. Se é certo que são entidades privadas, também é verdade que prestam serviços importantes na área da saúde e na área social à população. E ainda mais agora, que há muita gente atingida pelo desemprego e excluída do oásis socrático que recorre a estas instituições com necessidades alimentares. Vítor, este país seria muito mais pobre e desgraçado se não tivesse misericórdias e IPSS (s, que paesar de privadas prestam importantes serviços sociais à população. Quanto ao Presidente das Misericórdias apoiar o Cavaco, foi uma tirada infeliz do candidato que não acrescentou nada ao facto de ele referir que é um defensor do Estado Social.

Anónimo disse...

Toda a gente sabe que as miserocordias estão monopolizadas pelo PSD...

Vítor Pimenta disse...

Percebo que se ceda facilmente à "generosidade" das Misericórdias. No entanto estas só existem num espaço que o Estado (Social) deixou de ocupar. Temos 500 anos de Misericórdias, mas só com a fundação do Serviço Nacional de Saúde, gratuito e universal, sem mercantilismos nem "esmolismos", se garantiram os cuidados que temos hoje. Sinceramente, apesar destes Hospitais privados virem suprir lacunas (algumas delas imaginárias), não me convence. É uma questão de princípio para mim, de quem entende a prestação de cuidados de saúde como um bem eminentemente público e da responsabilidade do Estado a bem da dignidade de cada um.