segunda-feira, 19 de setembro de 2011

admirável estado novo

E ficámos a saber que, no meio de cortes gerais que prometem mergulhar o País numa crise de enormes proporções, o governo aumentou apenas o orçamento de um ministério: o da Administração Interna. Em vez dos 1.400 milhões que recebeu este ano irá receber 1.800 milhões em 2012. O único a ter mais dinheiro. À falta de pão responde-se com o bastão. (...)

É por isto que o debate sobre o "Estado grande" e o "Estado mínimo", entre mais ou menos Estado, sempre foi um falso debate. Quem trata de emagrecer o Estado, retirando-lhe as funções sociais, sabe que o tem de lhe dar músculo, reforçando-lhes as funções repressivas. Sempre assim foi. Quando se abandona a defesa da igualdade também se abandona a defesa da liberdade. Quando esquece os pobres tem de defender os restantes da miséria que os rodeia. Quando a educação, a saúde, o emprego e a dignidade humana deixam de ser direitos sobra apenas a defensa pela força da propriedade privada. Quando a paz social não se consegue através do Estado Providência, consegue-se através do Estado policial.

3 comentários:

Anónimo disse...

Este retorno ao "tempo da outra senhora" foi iniciado por sócrates e terá continuidade com passos (mais ou menos rápidos).
Como alguém diria - esteve bom demais para muitos, não podia continuar assim por muito mais tempo.

Anónimo disse...

Com Socretes? só? meu caro anónimo, tem a memória muuuuito curta.

Anónimo disse...

Com tiques ditatoriais tão vincados nem no tempo do cavaquistão...